segunda-feira, 1 de março de 2010

Núcleos internacionais. Clima e pobreza.

Óbvio ululante e aterrorizante.


"(...)Yet despite these similarities—and the fact that Saturday’s quake was hundreds of times more powerful than the one that struck Haiti—the gap between the two countries’ levels of development and disaster preparation means that the aftermath will be very different.
(A despeito das semelhanças-e do fato de que o terremoto de Sábado(Chile)foi centenas de vezes mais poderoso que o que sacudiu o Haiti-a diferença entre os níveis de desenvolvimento e preparação para desastres dos dois países significam que as conseqüências serão bem diferentes)(...)"

O trecho acima é da Economist, a pobre tradução é do núcleo, mas a triste conclusão é nossa. A pobreza, a concentração de riqueza e as intervenções "humanitárias" dos EEUU, matam muito mais que terremotos, furacões ou outras tragédias naturais. Em um mundo dividido desta forma, desigual, pobres estão condenados a consumir menos e serem consumidos pelas alterações climáticas e outras tragédias. Nesse caso, da comparação entre Haiti e Chile, trata-se de um fenômeno que, até agora, sabe-se que não é provocado pela Humanidade. Chegou a hora dos "ambientalistas", "vestais da floresta", "joanas d'arcs do clima" entenderem o seguinte: Não existe equilíbrio ambiental planetário sem distribuição de renda planetária.

A tormenta perfeita


Essa foto é do jornal do francês Liberátion, que só reforça o que se disse acima. O furacão Xynthia foi considerado uma "tormenta perfeita", o que no linguajar dos especialistas é algo como uma tormenta que reúne toda a força, em condições de clima especiais para que aconteça, e que traz prejuízos severíssimos. Os adjetivos dos jornais e das autoridades francesas, que também repercutiram no espanhol El País, não deixam dúvidas da magnitude do desastre: Catástrofe Nacional", nas palavras de François Fillon, primeiro-ministro francês. Ventos de 150 km/ com subida das marés produziram a morte de mais de 50 franceses, com o desalojamento de outras centenas. Ainda que lamentemos os resultados, não dá para deixar de imaginar o que seria um fenômeno desses em terras mais ao sul, na costa Africana, por exemplo, ou em algum arquipélago caribenho. Ou quem sabe na parte pobre e negra do sul dos EEUU, Nova Orleans.


Fotos: Liberátion e The Economist.

4 comentários:

Gustavo Carvalho disse...

Caros camaradas, a "causa ecológica" possui desdobramentos ideológicos e políticos de grande complexidade. Contudo, é angustiante constatar a predominância da tendência anti-humanista e anti-universalista no ideal místico de Gaia. O irônico é que progressivamente se perde o fundamento necessariamente antropocêntrico de toda perspectiva sobre a vida. Afinal de contas a "NATUREZA" sem a espécie humana e sem valores humanistas (e a busca por condições igualitárias de qualidade de vida!) não representa senão mais uma modalidade de niilismo pós-moderno. Uma visão consistente sobre o mundo natural nunca é neutra ou meramente comtemplativa. Como diria Sartre, esse é um daqueles temas existênciais grave que nos colocam sempre "EM SITUAÇÃO"!

nucleolenilsonchaves disse...

Não há dúvidas, meu caro Gustavo.

Veja que a força do tema se perde, à medida que seus defensores tentam lhe dar uma dimensão distinta da que deveria ter, em minha pobre opinião.

Trata-se de um tema transversal, um eixo que deveria nortear o senso público e a busca de uma governança calcada no interesse coletivo e público.

O problema é que os "verdes" a tomam como bandeira que está acima de tudo e de todos, como se fosse possível ingerir em política sem ter lado.

É a possibilidade de permear uma "consciência ecosustentável" nos princípios de desenvolvimento humano que a torna relevante, nunca ao contrário.

Afinal, sem o ser humano, de que me adianta saber como o mico leão roa púrpura vai sobreviver. Aliás, sem o SER, nós não saberemos.

Um abraçp

Ana Paula Motta disse...

Uma análise sensata e coerente. Já reproduzi no meu Facebook, como aliás muitos posts de vocês. Abraços,meninos.

douglas da mata disse...

Aninha, entre em contato, preciso lhe falar.

beijocas.@