sábado, 11 de setembro de 2010

Serra sem saída: seu adversário é o eleitor!

Em face ao mais recente Datafolha, do qual a atônita oposição espera sinais da mágica "virada", os intelectuais orgânicos do serrismo entregaram os pontos. Confira abaixo o "lamento" de Josias de Sousa (Folha de São Paulo 11/09/10) em "Maior ‘adversário’ de Serra já não é Dilma, é o eleitor".

"Numa leitura condescendente do processo, pode-se dizer que, hoje, o adversário de Serra é Lula, não Dilma. Tomado pelo Datafolha, Lula é um eleitor notável.

Quase metade do eleitorado (45%) declara que, “com certeza”, vota em quem o presidente indicar. Outros 18% afirmam que “talvez” votem no indicado de Lula.

Somando-se os dois percentuais chega-se ao potencial de transferência de votos de Lula para Dilma: 63%.

Sobram para Serra os 29% que rejeitam o nome apontado pelo “dedaço” de Lula. Um contingente que ele tem que dividir com Marina.

Numa análise menos edulcorada da campanha, chega-se à conclusão de que o problema de Serra não é Lula nem Dilma, mas o eleitor.

O dono do voto informa, uma pesquisa atrás da outra, que não deseja Serra. É como se dissesse ao pesquisador: "Não me importune mais com suas perguntas. Já decidi".

A 23 dias do fatídico 3 de outubro, vive-se sob a égide da precipitação. Lula antecipara a campanha em mais de dois anos.

E o eleitor, contente com a atmosfera benfazeja em que se misturam as bolsas e o crescimento econômico, parece ávido por antecipar o resultado.

Há uma semana, 69% achavam que Dilma vence. Hoje, compartilham dessa idéia 72%.

Na conta do Datafolha, somados apenas os votos válidos, Dilma fica com 56%. Ou seja, o triunfo pode chegar no primeiro turno."

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

A "virada" que não veio: Vox Populi/Band/iG: Dilma 53% X Serra 22%


Odisséia Carvalho: O meu país, a minha cidade

A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) divulgada essa semana revela o aumento de empregos formais e de renda em 2009. Quase 60% por cento dos empregados do país e a entrada de quase meio milhão de trabalhadores entraram na formalidade no ano passado.
Outro dado significativo foi a diminuição do trabalho infantil e o aumento da escolaridade dos trabalhadores além do aumento de consumo de bens duráveis. Questões fundamentais como o acesso a serviço como abastecimento de água, energia elétrica e coleta de lixo também apresentaram mudanças positivas e ainda o crescimento do acesso à internet.
As mudanças no país são inegáveis, embora boa parte da mídia tenda a ignorar os avanços e criar factóides como uma cortina de fumaça em face aos avanços do Brasil nesses últimos anos, que além de criar melhores condições de vida para a população ainda apresenta um protagonismo internacional.
O desafio de mudar esse país não é fácil e é uma conquista diária, o desafio de mudar nossa cidade também é possível. O que não é mais possível é conviver com a forma de fazer política que trouxe como conseqüência a passagem de nove prefeitos nos últimos seis anos. Uma situação absurda e inimaginável até para um ficcionista dos mais criativos.
O que não é mais possível é conviver com ônibus em número insuficiente, transporte irregular e em péssimas condições, escolas onde os diretores são indicados e não eleitos, hospitais onde falta manutenção de equipamentos, farmácias públicas sem medicamentos básicos, ruas esburacadas, filas gigantescas para consultas em ambulatórios, uma prefeitura sem transparência nos gastos públicos que não pode receber verbas de diversos programas federais por irregularidades na prestação de contas.
Uma outra realidade é possível. O Brasil vai seguir mudando e Campos precisa começar a mudar.

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Enquanto isso, no poleiro gaúcho dos Tucanos...

Do site da Carta Maior , por Marco Aurélio Weissheimer


"Segurança de Yeda, preso por extorsão, espionou senador, ministro e policiais
O sargento César Rodrigues de Carvalho, lotado na Casa Militar do governo gaúcho, foi preso nesta sexta-feira acusado de extorsão e cobrança de propina de contraventores do setor de caça-níqueis e bingos. Segundo Ministério Público, sargento era segurança da governadora Yeda Crusius e utilizou carros oficiais do governo para efetuar a cobrança de propinas. Além disso, ele teve acesso ao sistema integrado de consultas da Secretaria de Segurança e espionou a vida de um senador, um ministro, políticos e delegados de polícia. O Ministério Público mantém os nomes dos políticos espionados em sigilo."


Sob a fumaça do "escândalo da receita", PIG se cala ou dedica apenas "notinhas de rodapé" para ao descalabro policialesco  do governo Crusius.  

Vade retro Demotucanato!


quarta-feira, 8 de setembro de 2010

IBGE: Brasil real teve aumento de emprego e renda em 2009




Brasil registrou aumento de empregos formais e de renda em 2009

Mais de 32 milhões de trabalhadores brasileiros tinham carteira assinada em 2009, ou seja, 59,6% da população que estava empregada. O total revela a entrada de 483 mil trabalhadores na formalidade em 2009, na comparação com o cenário do mercado de trabalho do ano anterior, segundo dados divulgados hoje (8), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) 2009 divulgada pelo IBGE mostra avanços em diversos indicadores. O rendimento mensal real de trabalho também permaneceu em elevação, com aumento de 2,2% entre 2008 e 2009, e a concentração desses rendimentos, medida pelo Índice de Gini, continuou se reduzindo, de 0,521 para 0,518 (quanto mais perto de zero, menos desigual é a distribuição).
Além disso, o trabalho infantil prosseguiu em queda (em 2009, 4,3 milhões de pessoas de 5 a 17 anos trabalhavam, contra 4,5 milhões em 2008 e 5,3 milhões em 2004), e a escolaridade dos trabalhadores continuou em alta. Em 2009, 43,1% da população ocupada tinham pelo menos o ensino médio completo, contra 41,2% em 2008 e 33,6% em 2004, e os trabalhadores com nível superior completo representavam 11,1% do total, frente a 10,3% em 2008 e 8,1% em 2004.
A PNAD 2009 investigou 399.387 pessoas em 153.837 domicílios por todo o país a respeito de temas como população, migração, educação, trabalho, família, domicílios e rendimento, tendo setembro como mês de referência.
Em relação às condições de vida da população, a pesquisa mostra que vem aumentando o acesso a serviços como abastecimento de água por rede geral (de 42,4 milhões em 2004 para 49,5 milhões em 2009), coleta de lixo (de 43,7 milhões em 2004 para 51,9 milhões em 2009), iluminação elétrica (de 50,0 milhões em 2004 para 57,9 milhões em 2009) e rede coletora ou fossa séptica ligada à rede coletora de esgoto (de 29,1 milhões em 2004 para 34,6 milhões em 2009).
O acesso a bens duráveis, como máquina de lavar, TV e geladeira, também vem crescendo, bem como o percentual de residências que têm computador (34,7% em 2009), Internet (27,4%) e telefone celular (78,5%).


IBGE

A nulidade do "fato novo"



Marcus Coimbra, sociólogo e presidente do Vox Populi, analisa a insignificância do pseudo-escândalo requentado pela deseperada campanha de Serra. O "dueto" executado entre os PIGs e a candidatura de oposição mostra-se inócua e impotente:


"Hoje, passados 15 dias de quando “estourou” o “escândalo”, as pesquisas mostram que seu impacto foi nulo. A “bomba” esperada pelos que torciam pelo fato novo virou um traque.
Por mais que os “grandes” jornais tenham se esforçado para fazer do “escândalo da Receita” um divisor de águas, ele acabou sendo nada. Tudo continuou igual: Dilma lá na frente, Serra lá atrás.
Tivemos, nesses dias, uma espécie de dueto: um dia, essa imprensa publicava alguma coisa; no outro, a comunicação da campanha Serra a amplificava, dando-lhe “tom emocional”. No terceiro, mais um “fato” era divulgado, alimentando a campanha com um novo conteúdo. E assim por diante.
Um bom exemplo: o “lado humano” da filha de Serra ser alvo dos malfeitores por trás do “escândalo”. Noticiado ontem, virou discurso de campanha no dia seguinte, com direito a tom lacrimejante: “estão fazendo com a filha do Serra o mesmo que fizeram com a filha do Lula”.
Há várias razões para que a opinião pública tenha tratado com indiferença o “escândalo”. A primeira é que ele, simplesmente, não atingiu a imensa maioria do eleitorado, por lhe faltarem os ingredientes necessários a se tornar interessante. O mais óbvio: o que, exatamente, estava sendo imputado a Dilma na história toda? Se, há mais de ano, alguém violou o sigilo tributário de Verônica Serra e de outras pessoas ligadas ao PSDB, o que a candidata do PT tem a ver com isso? É culpa dela? Foi a seu mando? Em que sua candidatura se beneficiou?
A segunda razão tem a ver, provavelmente, com a dificuldade de convencer as pessoas que o episódio comprove o “aparelhamento do estado pelo PT” ou, nas palavras do candidato tucano, a “instrumentalização” do governo pelo partido. Será que é isso mesmo que ele revela?
Se a Receita Federal fosse “aparelhada” ou “instrumentalizada”, por que alguém, a mando do PT (ou da campanha), precisaria recorrer a um estratagema tão tosco? Por que se utilizaria dos serviços de um despachante, mancomunado com funcionários desonestos? Não seria muito mais rápido e barato acessar diretamente os dados de quem quer que seja?
Não se discute aqui se alguém quis montar um dossiê anti-Serra ou se ele chegou a existir. Sobre isso, sabemos duas coisas: 1) é prática corrente na política brasileira (e mundial) a busca de informações sobre adversários, que muitas vezes ultrapassa os limites legais; 2) o tal dossiê nunca foi usado. As vicissitudes da candidatura Serra ao longo da eleição não têm nada a ver com qualquer dossiê.
O próprio “escândalo” mostra que a Receita Federal possui sistemas que permitem constatar falhas de segurança, rastrear onde ocorrem e identificar responsáveis. É possível que, às vezes, alguém consiga driblá-los. No caso em apreço, não.
No mundo perfeito, a Receita é inexpugnável, não existem erros médicos na saúde pública, todos os professores são competentes, não há guardas de trânsito que aceitam uma “cervejinha”. Na vida real, nada disso é uma certeza.
Todos esperam que o governo faça o que deve fazer no episódio (e em todas as situações do gênero): investigue as falhas e puna os responsáveis. Ir além, fazendo dele um “escândalo eleitoral”, é outra coisa, que não convence, pelo que parece, a ninguém."

Agenda regional de Chico D'Ângelo 1310


Nos bairros:

08/09- Parque Corrientes 9h e 15h
09/09- Parque Leopoldina 9h e 15h
11/09- Penha 9h e Goytacazes 15h

Outros locais:
No Calçadão de Campos todo sábado a partir das 8h.
12 de setembro: Jardim São Benedito (manhã de domingo)
Nessa atividade os papais e mamães engajados na campanha podem recrutar a "militância mirim"!

Escolas e universidades:
Dia 09 de setembro às 7h, 16h e 18h - IFF Centro (Rua do Barão)

Plenária da Campanha
Sexta-feira dia 10 de setembro
às 17:30

terça-feira, 7 de setembro de 2010

A Independência do Brasil "de cima"!


O importante e controvertido historiador José Murilo de Carvalho, em Desenvolvimento da Cidadania no Brasil, contrói o quadro preciso do radical descompasso entre o processo formal de independência nacional e as necessidades reais dos sub-cidadãos brasileiros. Orgulho patriótico e ufanista à parte, podemos ter certeza que: somente através de pesquisas historiográficas críticas é que podemos dimensionar o peso do "legado" excludente da tradição social-política brasileira e contribuir com sua superação. Vamos aos argumentos:


"Ao proclamar sua independência de Portugal em 1822, o Brasil herdou uma tradição cívica pouco alentadora. Ao fim de três séculos de colonização (1500-1822), os protugueses deixaram, de positivo, uma enorme colônia dotada de unidade territorial, linguística, cultural e religiosa. De negativo, legaram uma população analfabeta, uma sociedade escravista, uma economia monocultora e latifundiária, um Estado policial e fiscalizador. Ao final da colônia não havia nem cidadãos brasileiros nem pátria brasileira.

(...)

Como era de se esperar, a independência não trouxe a conquista imediata dos direitos da cidadania. A herança colonial era por demais negativa, o processo da independência, demasiado suave, não permitia uma mudança radical. A conquista efetiva desses direitos constitui um processo extremamente lento que ainda hoje em dia, 170 anos depois do fim do regime colonial, continua inconcluso. As leis dos país, sempre inspiradas em modelos ocidentais, europeus ou norte-americanos, desde o princípio incorporaram os direitos civis e políticos. Porém a realidade permaneceu muito longe do que expressavam os textos, com a qual se criou uma contradição entre o país legal e o país real.

(...)

Uma parte da elite brasileira esperou até o último momento uma solução que não implicasse a separação completa de Portugal. O que uniu os brasileiros entorno da ideia de saparação foram as intenções das cortes portuguesas de reconstruir o status quo colonial. Ainda assim, a separação se consumou conservando a monarquia e a casa de Bragança. Graças à mediação da Inglaterra, Portugal aceitou a independência do Brasil mediante o pagamento de uma indenização de dois milhões de libras esterlinas.

Haver optado por uma solução monárquica se deveu ao fato que que a elite estava persuadida de que só um rei podería manter unidas as províncias integrantes da antiga colônia. (...) A elite queria evitar a todo custo a fragmentação da colônia em vários países pequenos, pois sonhava com a formação de um grade império. (...) A elite e os senhores de terras temiam sobretudo que ocorresse algo parecido ao que depois aconteceu no Haiti, onde os escravos se rebelaram , proclamaram a independência e expulsaram os brancos.

(...)

Implantou-se um governo ao estilo das monarquias constitucionais européias. Elaborou-se uma constituição também em conformidade com os princípios do liberalismo vigente. Foram regulamentadas as eleições, e integrado um parlamento com duas câmaras; o Poder Judiciário e o Executivo tiveram suas atribuições garantidas por lei. A Constituição, apesar de seu profundo liberalismo, não levou em conta a escravidão, que foi colocada de lado como se não existisse.

Apesar dos progresso relativo aos direitos políticos, a independência, conquistada sem abolir a escravidão, encerrava grandes limitações aos direitos civis."

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Vox Populi Vox Dei


Ibope em detalhes


Fogo amigo? Um certo cheiro de pão de queijo no ar

O jornalista Rodrigo Viana (http://www.rodrigovianna.com.br) analisou a questão do "vazamento da Receita" que se investigado cuidadosamente poderia trazer para os tucanos um indigesto gosto de "pão de queijo". Uma trama urdida nas hostes tucanas quando da disputa da indicação do nome do PSDB para a presidência.


Estranhei hoje quando ouvi o comentário de Merval Pereira, na CBN. O tema era o vazamento na Receita Federal – claro. Pensei: lá vem bomba na Dilma! Que nada. Pegou leve. Preferiu uma crítica institucional à falta de controles mais rígidos na Receita Federal.
Uai, diria o mineiro (e vocês logo entenderão porque o sotaque mineiro grudou hoje em mim), mas a turma dos colunistas da Globo/Veja/Folha não acha que a culpa foi da Dilma e que caminhamos para um Estado policial no Brasil, ou para o “stalinismo” como disse hoje a tal Eliane na “Folha? De repente, mudaram o foco?
Êta trem doido.
Mais tarde, li o Cláudio Humberto. Ele não é propriamente um jornalista simpático ao PT. Vejam o que escreveu o Cláudio Humberto (ex-porta-voz de Collor) em seu blog: “A investigação sobre a violação do sigilo fiscal de Verônica Serra, filha do candidato José Serra, atribuída a “aloprados” do PT, pode revelar a surpresa de ter sido obra dos próprios tucanos. Na época, setembro de 2009, havia uma guerra interna pela indicação do PSDB para a disputa presidencial. Aliados de Aécio Neves atribuíam à turma de Serra a produção de dossiês contra o então governador de Minas. E vice-versa.”
Na verdade, nos últimos dois dias, não se fala de outra coisa nos bastidores do jornalismo: o fogo amigo tucano teria deixado um cheiro de pão de queijo no ar.  Como agora a imprensa amiga de Serra vai sustentar a tese do “Estado policial” a serviço de Dilma?
Seria esse o motivo de o principal assessor de comunicação de Serra andar doido atrás de Amaury Ribeiro Junior, jornalista que investigou as privatizações e as estranhas relações de Serra e Verônica com certo empresário, e vai transformar isso tudo em livro? Por que o Marcio Aith, assessor de Serra, andou telefonando à procura de Amaury? O jornalista acaba de ser contratado pela TV Record de São Paulo, e tem preferido manter distância dessa barafunda eleitoral. O Amaury, com sua típica fala entrecortada, já disse a vários colegas: “vou publicar meu livro assim que passar a eleição, e aí, com documentos e tudo, ficará muito clara a relação de Serra com aquele empresário”.
Sobre o cheiro de pão de queijo no ar, recomendo também o texto imperdível de Idelber Avelar, no“Biscoito Fino e a Massa”. É uma fábula apenas. Trata-se de uma conversa entre dois homens de imprensa de Minas. Eles falam sobre personagens poderosos, uns tais de Ecim, Careca  e Rick. Diálogo pontuado pelo inconfundível sotaque mineiro. A história acaba por comprovar a velha frase que Nelson Rodrigues atribuía a Otto Lara Resende: o mineiro só é solidário no câncer.
Confiram…
As aventuras do Careca: Fábula de um país imaginário
por Idelber Avelar
– Rapaz, eu te falei que esse negócio dos nossos jornais não darem uma linha sobre a história era burrada. A imprensa inteira fazendo o maior auê e a gente dando manchete sobre o aumento da poluição em BH? Foi bandeira demais. Os caras só seguiram a pista.
– Eu disse ao Alvim. Era só repetir a ladainha “o aparelhamento da Receita, o Estado policial, patati patatá”. Mas não. Ficaram no silêncio, deu no que deu. Ficou óbvio demais.
– Uso do cachimbo deixa a boca torta.
– Pois é.
– O negócio já estava agourado lá atrás, quando o Ecim bateu na namorada. Pô, tá achando que Copacabana é Barão de Cocais? Lá vaza mesmo. A moça lá da Folha que é dona da boate contou, mas não deu nome nenhum.
– Quem deu?
– Aquele jornalista lá, do futebol.
– Por que o cara fez isso?
– Ele vive afogado em processos, o Ric o odeia.
– O Rick o está processando também?
– Não, sua besta, esse é outro Ric, o do futebol!
– Ah, sei. Mas o que tem a ver?
– É que o Ric é chapa do Ecim.
– Isso aí foi antes ou depois daquele recado do careca, o pó pará?
– Depois. O Ecim já sabia que o chumbo era grosso. Mas aí o Ecim já estava com a galera nossa aqui, já tinha chamado o Yruama. Quando o careca descobriu que o Rick estava processando oYruama, endoidou. Ele é feio e desengoçado, burro ele não é. Mas aí Inês já era morta, tinha que continuar com a ladainha de que era o partido dos barbudos. Como réu, o Yruama tinha acesso aos autos. Imagina, o Yruama, repórter, macaco velho, com aquela papelada toda. O sujeito até salivou. Um franguinho assado no colo.
– O que tem na papelada?
– Toda a história de Lilliput nos anos 90. Como venderam tudo, as negociatas, tudim, tudim. O careca entrou em pânico.
– O lance é que o careca tentando fingir de indignado não convence nem minha vovozinha. É mais fácil ele aprender a dançar forró que se fingir ultrajado. Aí fodeu mesmo.
– Mas o plano não era incriminar o partido dos barbudos com o material do Yruama, aproveitando que era sigiloso?
– Tentaram. Foram lá em Brasília com aquele delegado. O sargentão estava lá também. Não conseguiram nem um aloprado pra arrastar.
– Mas a Óia não deu a matéria assim mesmo, dizendo que era o partido dos barbudos?
– Os caras foram lá, mas a história era tão fantasiosa que nem o Quaresma achou que dava pra vender.
– Mas a matéria saiu.
– Saiu, porque ali sacumé. Até o cruzamento da mandioca com o rinoceronte eles já inventaram.
– E aí, o que rolou?
– A matéria saiu na internet num sábado. Veio o domingo e nada de repercussão. Veio a segunda, nada. Não sei o que rolou na segunda, mas na terça A Esfera entrou solando, publicou matéria repercutindo. O rapaz da Folha até contou que eles nem iam pegar essa história, era vexame demais, mas como A Esfera já tinha publicado, eles tinham que seguir.
– Nem com a matéria eles conseguiram algum bobo do partido dos barbudos pra pegar um dado sigiloso e depois ser incriminado?
– Nem um. Filhos da puta. Os barbudos estão ficando espertos.
– Como é que eles descobrem a relação disso tudo aí com a cidade do Visconde?
– Internet, meu filho. Lilliput em 2010 não é Lilliput em 1989. Não sei quem foi, mas às 15 h o trem já estava pegando fogo na internet.
– Qual foi a besta quadrada que saiu da reunião dizendo “a internet já descobriu que foi o Ecim”?
– Não sei quem foi, mas vazou isso também.
– Como é que está Ecim?
– Ecim está tranquilo. Agora, o careca está em pânico.
– E o nosso esquemão aqui?
– Complicado. Descobriram as matérias clandestinas feitas à noite aqui, pra não sair no jornal e vazar pra outros.
– Como descobriram? Porra, estamos no oitavo andar!
– A meia dúzia de quarteirões do Ecim. Eu já te falei, Lilliput em 2010 não é Lilliput em 1989.
– Como se chama este bairro aqui?
– Bairro da Serra.
– Avenida Getúlio Vargas no bairro da Serra?
– Eu sei, pode rir.
– E o careca agora?
– Ficou doidão. Não pode revelar o esquema, começou a brigar com os blogs.
– Blogs?
– É uma turma suja que escreve na Internet.
– O cara quer governar Lilliput e está brigando com os blogs?
– Desespero, mô fio. O Ecim é que é esperto. O careca odeia o Ecim até mais que ele odeia o barbudão. Do barbudão ele tem é inveja.
– E o barbudão?
– Estava lá em Porto Alegre quando vazou tudo. Sendo beijado pelo povo, aquela nojeira.
– Tem perigo disso sair na imprensa?
– Tem não. Morrem de medo, rabo preso, sacumé. O lance é que dá na mesma, está todo mundo migrando pra internet.
– O Yruama está se cuidando?
– Aquele ali é doido de pedra. Você sabe, ele voltou pra Minas depois que levou aquele tiro em Brasília.
– Nosso esquemão aqui sobrevive?
– Claro. Minas é tranquilo.
– Então a mulher vai ganhar mesmo?
– De lavada.
– E o careca?
– Se fodeu.
– Acho que é até melhor pra nós.
– Com certeza.
– O careca ficou sozinho então?
– Ficou sozinho.

Direto do Twitter: Às 15h tem coletiva à imprensa na Sede Nacional do PT - OndaVermelha - #dilmanarede

Direto do Twitter: Às 15h tem coletiva à imprensa na Sede Nacional do PT - OndaVermelha - #dilmanarede


O triste ocaso de FHC: o cinismo do intelecto e o autoritarismo da vontade!



Na passagem a seguir, do último artigo de FHC ("BRASIL E A VOLTA DE MUSSOLINI!"), podemos comtemplar o misto de "rigor intelectual" e "consistência democrática" do ex-presidente:

"É isto que está em jogo nas eleições de outubro: que forma de democracia teremos, oca por dentro ou plena de conteúdo. Tudo o mais pesará menos. É inaceitável, porém, a absorção de tudo isso pela "vontade geral" encapsulada na figura do líder. Isso é qualquer coisa, menos democracia. Se o fosse, não haveria por que criticar Mussolini em seus tempos de glória, e assim por diante. É disso que se trata no Brasil de hoje: estamos decidindo se queremos correr o risco de um retrocesso democrático em nome do personalismo paternal. Uma coisa é certa: o governismo tal como está posto representa um passo atrás no caminho da institucionalização democrática. Há tempo ainda para derrotá-lo. Eleição se ganha no dia."

Face a essa concepção sui generis de Democracia surgem algumas "questões impertinentes":

1º Será que tal compromisso substantivo com a "institucionalização democrática" presidiu a concepção e a compra de votos indiscriminada pela aprovação da emenda da reeleição patrocinada por FFHH?

2º Será que o protagonismo da "'vontade geral' encapsulada na figura do líder" (a popularidade e poder de transferência de votos do Presidente Lula) poderia se sustentar sem a massiva aprovação racional ao Governo do PT e o sucesso de suas políticas públicas?

3º Como é possível não perceber o ridículo intelectual e o autoritarismo político de um modelo de democracia que cultiva a velha demofobia das elites nacionais? Democracia sem povo???

domingo, 5 de setembro de 2010

Ele merece!


No passeio dominical com meus filhos na bela manhã de hoje, no Jardim São Benedito, frente a curiosidade de Fabiana sobre as figuras retratadas nos bustos que cercam a Academia Campista de Letras, se não me engano questionando quem era Azevedo Cruz, o pequeno Pedro respondeu antes de mim, de bate pronto: "É o presidente Lula!"
Em que pese o nosso líder não se parecer com o autor de nosso hino, ri muito ao refletir que em plena "era do visual" o petiz de apenas quatro anos reagiu com toda sua esperteza não considerando a aparência física, mas sim a importância de quem ele já considera merecedor de um busto.
Alguns passos a seguir, já diante do busto de um outro Presidente, identifiquei para eles Nilo Peçanha e pensei que realmente Lula merece em breve um busto desse em milhares de praças Brasil afora!
Na imagem a coisa já materializada pelo artista plástico mineiro José Maria Machado. Clique aqui para conferir.

O que fazer?



O jornalista Luiz Carlos Azenha (http://www.viomundo.com.br/) levanta a questão: Qual "ataque preventivo" devemos articular contra o gran finale eleitoral programado pela velha mídia?


"É óbvio que não sabemos exatamente o que vai acontecer, nem quando. Como tem sido assim na história das eleições brasileiras, tudo indica que acontecerá de novo. O que me leva à pergunta seguinte: qual deve ser a consequência para a concessão pública de rádio ou de TV que embarcar na disseminação da mentira? Uma campanha para o cancelamento de assinaturas (das publicações das Organizações Globo), apoiada pelas centrais sindicais, pelos movimentos sociais e pela blogosfera? Uma campanha de boicote aos anunciantes, patrocinada pelas centrais sindicais, pelos movimentos sociais e pela blogosfera? Ações coletiva na Justiça? Punição, dentro das regras já existentes, às concessões que praticarem crimes eleitorais?
Deixo a questão em aberto para que vocês reflitam e façam sugestões. Vou sugerir ao Altamiro Borges, do Centro de Mídia Alternativa Barão de Itararé, que pense em articular algum movimento coletivo que deixe claro, desde já, que tentativas de fraude eletrônica antecipada das eleições de 2010 terão consequências práticas aos que forem patrocinadores dela."

O alerta de Nassif: a "bala de prata" de Serra!?



"As diversas pesquisas de Ibope e Datafolha devem ter chegado a essa conclusão, de que o grande tema de impacto poderá ser a militância de Dilma na guerrilha. A insistência da Folha com a ficha falsa de Dilma e, agora, com a ficha real, no Supremo Tribunal Militar, é demonstração clara desse seu objetivo. Assim como a insistência de Serra de atropelar qualquer lógica de marketing, para ficar martelando a suposta falta de limites da campanha de Dilma – em cima de um episódio que não convenceu sequer a Lúcia Hipólito.
Aliás, o ataque perpetrado por Serra contra Lúcia – através do seu blogueiro – é demonstração cabal da importância que ele está dando à versão da falta de limites, mesmo em cima de um episódio que qualquer avaliação comezinha indicaria como esgotado.
A quebra de sigilo é apenas uma peça do jogo, preparando a jogada final.
A partir daí, meu interlocutor passou a imaginar como seria montada a cena.
Provavelmente alguém seria apresentado como ex-companheiro de guerrilha, arrependido, que, em pleno Jornal Nacional, diria que Dilma participou da morte de fulano ou beltrano. Choraria na frente da câmera, como o José Serra chora. Aí a reportagem mostraria fotos da suposta vítima, entrevistaria seus pais e se criaria o impacto.
No dia seguinte, sem horário gratuito não haveria maneiras de explicar a armação em meios de comunicação de massa.
Será um desafio do jornalismo brasileiro saber quem serão os colunistas que endossarão essa ignomínia – se realmente vier a ocorrer -, quem serão aqueles que colocarão seu nome e reputação a serviço esse lixo.
Essa loucura - que, tenho certeza, ocorrerá - será a pá de cal nesse tipo de militância de Serra e de falta de limites da mídia. Marcará a ferro e fogo todos os personagens que se envolverem nessa história. Incendiará a blogosfera. Todos os jornalistas que participarem desse jogo serão estigmatizados para sempre.
Todas essas possibilidades são meras hipóteses que parte do pressuposto da falta de limites total da velha mídia.
Mas a hipótese fecha plenamente."