sábado, 1 de maio de 2010

Pregão Eletrônico, Já!


O controle social dos gastos públicos e a promoção das boas práticas administrativas não podem esperar este ou aquele governo, devem ser uma prática básica do Estado Brasileiro.

Apoiamos totalmente a campanha inciada pelo atento Cleber Tinoco.

QUINTA-FEIRA, 29 DE ABRIL DE 2010
PREGÃO ELETRÔNICO JÁ!
A partir de hoje inicio campanha, para a qual conclamo os amigos blogueiros, a fim de que o Governo Municipal implante de uma vez por todas o pregão eletrônico, modalidade licitatória que permitiu o Governo Federal economizar R$ 17,2 bilhões no período de 2005 a 2009 (veja matéria aqui).Neste quesito, parece-me que o desgoverno Mocaiber andou na frente. Sei, é difícil de acreditar, mas veja aqui a matéria. PREGÃO ELETRÔNICO JÁ!

As lições de Maria da Conceição

Outra colaboração valiosa do camarada Tadeu 360º.

Passado o merecido oba oba da explorada festa de 80 anos da economista Maria da Conceição Tavares, podemos ver com mais calma este interessante documentário sobre esta combativa intelectual desenvolvimentista. Vigorosamente comprometida com autonomia nacional e o desenvolvimento social, a sua trajetória de vida aliou a atividade intelectual de ensino e crítica com a formulação e a assunção de responsabilidades em vários organizações nacionais e internacionais e com um mandato de deputada federal pelo PT entre 1995-1999. Acompanhar a sua trajetória é uma aula sobre História do Brasil e a sua inserção na globalização subordinante. 

"- Uma velha senhora, otimista!"
Veja o olhar e fala incisivos que não desanimou no enfrentamento com o pensamento das elites econômico-sociais e políticas do país, mobilizando os parcos recursos de que dispõe uma intelectual crítica e professora rebelde. Obrigado, Maria!!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

UENF + UERJ = luta pela universidade pública


Servidores da UENF e da UERJ realizam assembléia histórica para unificar a luta em defesa dos salários e das condições de financiamento das universidades fluminenses. A partir de agora o governo do estado vai ter pela frente um movimento unificado dos sindicatos da UENF e da UERJ. Este é apenas um primeiro passo numa longa caminhada de unidade, mas com certeza mostra ao governo estadual e às reitorias que não será mais possível ignorar a importância que os sindicatos ocupam na luta por universidades públicas, gratuitas, democráticas e de qualidade.

Associação dos Docentes da Universidade Estadual do Norte Fluminense

Fala, Hobsbawm!






Pergunta - "Era dos Extremos" termina em 1991, com um panorama de avalanche global --o colapso das esperanças de avanços sociais globais da era de ouro [segundo Hobsbawm, 1949-73]. Quais são as mudanças mais importantes desde então na história mundial?
Eric Hobsbawm - Vejo quatro mudanças principais. Primeiro, o deslocamento do centro econômico do mundo do Atlântico Norte para o sul e o leste da Ásia. Isso já estava começando no Japão nas décadas de 1970 e 80, mas a ascensão da China desde os anos 1990 vem fazendo uma diferença real.
Em segundo lugar, é claro, a crise mundial do capitalismo, que vínhamos prevendo, mas que, mesmo assim, levou muito tempo para ocorrer. Em terceiro, a derrota retumbante da tentativa dos EUA de exercer a hegemonia global solo a partir de 2001 --e essa tentativa vem fracassando de modo muito visível.
Em quarto lugar, a emergência de um novo bloco de países em desenvolvimento, como entidade política --os Brics [Brasil, Rússia, Índia e China]--, não tinha acontecido quando escrevi "Era dos Extremos". E, em quinto lugar, a erosão e o enfraquecimento sistemático da autoridade dos Estados: dos Estados nacionais no interior de seus territórios e, em grandes regiões do mundo, de qualquer tipo de autoridade de Estado efetiva. Isso pode ter sido previsível, mas se acelerou em um grau que eu não teria previsto.
(...)
Pergunta - O sr. visualiza qualquer recomposição política do que foi no passado a classe trabalhadora?
Hobsbawm - Não em sua forma tradicional. Marx [1818-83] acertou, sem dúvida, quando previu a formação de grandes partidos de classe em determinado estágio da industrialização. Mas esses partidos, quando foram bem-sucedidos, não operaram puramente como partidos da classe trabalhadora: se queriam estender-se para além de uma classe estreita, o faziam como partidos do povo, estruturados em torno de uma organização inventada pela classe trabalhadora e voltada a alcançar os objetivos dela.
Mesmo assim, havia limites à consciência de classe. No Reino Unido, o Partido Trabalhista nunca conquistou mais de 50% dos votos. O mesmo se aplica à Itália, onde o Partido Comunista era muito mais um partido do povo. Na França, a esquerda era baseada sobre uma classe trabalhadora relativamente fraca, mas que conseguiu se reforçar como sucessora essencial da tradição revolucionária.
O declínio da classe operária manual na indústria parece, de fato, ter atingido seu estágio terminal. Ainda restam ou vão restar muitas pessoas fazendo trabalhos manuais, e a defesa das condições de trabalho delas continua a ser uma tarefa importante de todos os governos de esquerda. Mas essa defesa não pode mais ser o alicerce principal das esperanças dessas pessoas: elas não possuem mais potencial político, nem mesmo teoricamente, porque não possuem o potencial de organização da classe operária antiga.
Houve três outras mudanças negativas importantes. Uma delas, é claro, é a xenofobia --que, para a maior parte da classe trabalhadora é, nas palavras usadas certa vez por [August] Bebel, "o socialismo dos tolos": proteja meu emprego contra pessoas que estão competindo comigo.
Em segundo lugar, boa parte da mão de obra e do trabalho nos setores que a administração pública britânica qualificava no passado como "graus menores e manipulativos" não é permanente, mas temporária: são estudantes e migrantes trabalhando com catering [fornecimento de refeições para linhas aéreas, gastronomia hospitalar e cozinhas de navios], por exemplo. Assim, não é fácil enxergá-la como tendo potencial de ser organizada.
A única parte facilmente organizável desse tipo de mão de obra é a que é empregada por autoridades públicas, e isso devido ao fato de essas autoridades serem politicamente vulneráveis. A terceira e mais importante mudança é, a meu ver, a divisão crescente gerada por um novo critério de classe: a saber, a aprovação em exames de escolas e universidades como critério de acesso a empregos. Pode-se dizer que se trata de uma meritocracia, mas ela é medida, institucionalizada e mediada por sistemas de ensino.
O que isso fez foi desviar a consciência de classe da oposição aos patrões para a oposição a representantes de alguma elite: intelectuais, elites liberais, pessoas que se erguem como superiores a nós.
Podem existir meios novos? Não podem mais ser em termos de uma classe única, mas, na minha opinião, isso nunca foi possível. Existe uma política progressista de coalizões, mesmo coalizões relativamente permanentes como as que unem, digamos, a classe média instruída, leitora do "The Guardian", e os intelectuais --os altamente instruídos, que de modo geral tendem a posicionar-se muito mais à esquerda que outros-- e a massa dos pobres e ignorantes.
Os dois grupos são essenciais para um movimento como esse, mas hoje talvez seja mais difícil uni-los do que era antes. É possível, em certo sentido, os pobres se identificarem com os multimilionários, como acontece nos EUA, dizendo "eu só precisaria de sorte para virar popstar". Mas não é possível dizer "bastaria um pouco de sorte para eu virar ganhador do Prêmio Nobel". Isso cria um problema real quando se trata de coordenar as posições políticas de pessoas que, objetivamente falando, poderiam estar do mesmo lado.
(...)
Pergunta - Se o sr. tivesse que escolher tópicos ou campos ainda inexplorados e que representam desafios importantes para historiadores futuros, quais seriam?
Hobsbawm - O grande problema é um problema muito geral. Segundo padrões paleontológicos, a espécie humana transformou sua existência com velocidade espantosa, mas o ritmo das transformações tem variado tremendamente. Isso claramente indica um controle crescente sobre a natureza, mas não devemos imaginar que sabemos para onde isso nos está conduzindo.
Os marxistas focaram, com razão, as transformações no modo de produção e em suas relações sociais como sendo geradoras de transformações históricas.
Contudo, se pensarmos em termos de como "os homens fazem sua própria história", a grande questão é a seguinte: historicamente, comunidades e sistemas sociais buscaram a estabilização e a reprodução, criando mecanismos para prevenir-se contra saltos perturbadores no desconhecido. A resistência à imposição de transformações de fora para dentro ainda é um fator preponderante na política mundial, hoje. Como, então, humanos e sociedades estruturados para resistir a transformações dinâmicas se adaptam a um modo de produção cuja essência é o desenvolvimento dinâmico interminável e imprevisível?
Os historiadores marxistas poderiam beneficiar-se da pesquisa das operações dessa contradição fundamental entre os mecanismos que promovem transformações e aqueles que são voltados a opor resistência a elas.

Esta entrevista foi publicada originalmente na edição de janeiro/fevereiro da revista britânica "New Left Review".
Folha Ilustrada, 18/04/2010
Tradução de Clara Allain

Prorrogação do Concurso de 2008 é aprovada na Câmara



Por iniciativa da vereadora Odisséia foi aprovada por unanimidade a prorrogação do concurso público da educação de 2008. A prorrogação do concurso é uma reivindicação dos profissionais da educação através do SEPE (Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação). A aprovação aconteceu na sessão de quarta-feira (28/04/2010) da Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes, processo número 0898/2010/SEC/CMCG.

Um pouco de "revival"


Primeiramente quero agradecer aos colegas pelo convite para participar do blog, em especial ao Gustavo Lopes. E já que o BLOG DO NÚCLEO é assumidamente político partidário ao PT, resolvi relembrar como comecei a militar neste partido. Lembrei-me que eu e o Gustavo (Carvalho) estudávamos no extinto colégio PA e assistíamos juntos as aulas do professor Mário Furley, e acho que eles conseguiram me “catequizar” efetivamente. Havia também ótimas discussões nas aulas de química com o professor Fritas. Acho que naquele momento, impulsionada pela euforia das eleições, me decidi pela esquerda, pelo PT. Foi, sim, meu primeiro voto e segundo, terceiro, quarto. Esperamos mais de dez anos pela eleição de Lula, e, finalmente, aconteceu. Estamos presenciando ótimas mudanças no país. Lamentavelmente, não vejo isso no município.

Na mesma década de 80, Anthony Garotinho despontou como alternativa política contra a oligarquia campista. Já se passaram 20 anos, muitos políticos se revezaram no poder, mas a cidade continua estagnada, mesmo com os bilhões em royalties que recebe.

Assim, como petista e campista, resolvi contribuir com o BLOG DO NÚCLEO na busca de uma alternativa, para que não seja preciso esperar mais 20 anos.

“Para os navegantes com desejo de vento, a memória é um ponto de partida.”
Eduardo Galeano

quinta-feira, 29 de abril de 2010

Ele é "o cara"!



Lula é eleito o líder mais influente do mundo pela "Time"


O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito nesta quinta-feira (29) pela revista americana “Time” como o líder mais influente do mundo. Lula encabeça um ranking de 25 nomes e é seguido por J.T Wang, presidente da empresa de computadores pessoais Acer, o almirante Mike Mullen, chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, o presidente americano Barack Obama e Ron Bloom, assessor sênior do secretário do Tesouro dos Estados Unidos.
No perfil escrito pelo cineasta Michael Moore, o programa Fome Zero (praticamente substituído pelo Bolsa Família) é citado como destaque no governo do PT como uma das conquistas para levar o Brasil ao “primeiro mundo”. A história de vida de Lula também é ressaltada por Moore, que chama o presidente brasileiro de “verdadeiro filho da classe trabalhadora da América Latina”.
A revista lembra quando Lula, aos 25 anos, perdeu sua primeira esposa Maria, grávida de oito meses, pelo fato de os dois não terem acesso a um plano de saúde decente. Ironizando, Moore dá um recado aos bilionários do mundo: “deixem os povos terem bons cuidados de saúde e eles causarão muito menos problemas para vocês”.
A lista mostra os 100 nomes de pessoas mais influentes do mundo em diversas áreas –líderes da esfera pública e privada, heróis, artistas, pensadores, entre outros.
Entre os líderes em destaque também estão a ex- governadora do Alasca e ex-candidata republicana à Vice-Presidência dos EUA, Sarah Palin; o diretor do FMI (Fundo Monetário Internacional), Dominique Strauss-Kahn; os primeiros-ministros japonês e palestino, Yukio Hatoyama e Salam Fayyad, e o chefe do Governo da Turquia, Recep Tayyip Erdogan.
Em 2009, Lula foi eleito o personagem do ano pelo jornal espanhol El País e pelo francês Le Monde

Fonte: UOL notícias

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Como uma pessoa livre se torna escrava?



No Brasil, o processo pelo qual o trabalhador é enredado no ciclo vicioso do trabalho escravo segue um padrão básico. A seguir, a descrição sumária de suas etapas:
1) Ao ouvir rumores de que existe serviço farto em fazendas, mesmo em terras distantes, o trabalhador ruma para esses locais. O Tocantins e a região Nordeste, tendo à frente os Estados do Maranhão e Piauí, são grandes fornecedores de mão-de-obra.
2) Alguns vão espontaneamente. Outros são aliciados por "gatos" (contratadores de mão-de-obra a serviço do fazendeiro).
3) O destino principal é a região de expansão agrícola, onde a floresta amazônica tomba diariamente para dar lugar a pastos e plantações. Os estados do Pará e Mato Grosso são os campeões em resgates de trabalhadores pelo Ministério do Trabalho e Emprego. O Grupo J. Pessoa se superou no quesito reincidência em escravidão contemporânea. O flagrante ocorrido no final de 2009 no corte de cana-de-açúcar em área economicamente explorada pela Agrisul Agrícola - braço da companhia responsável pela produção rural - em Campos dos Goytacazes (RJ) foi a quarta libertação de trabalho escravo em apenas dois anos. Ao todo, 1.468 pessoas foram libertadas de canaviais vinculados à empresa em diferentes estados do país: Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro.
4) Há os "peões do trecho" que deixaram sua terra um dia e, sem residência fixa, vão de trecho em trecho, de um canto a outro em busca de trabalho. Nos chamados "hotéis peoneiros", onde se hospedam à espera de serviço, são encontrados pelos gatos, que "compram" suas dívidas e os levam às fazendas. A partir daí, os peões tornam-se seus devedores e devem trabalhar para abater o saldo.
5) A dívida que tem por conta do transporte aumentará em um ritmo crescente, uma vez que o material de trabalho pessoal, como botas, é comprado na cantina do próprio gato, do dono da fazenda ou de alguém indicado por eles.
6) Após meses de serviço, o trabalhador não vê nada de dinheiro. Sob a promessa de que vai receber tudo no final, ele continua a derrubar a mata, aplicar veneno, erguer cercas, catar raízes e outras atividades agropecuárias, sempre em situações degradantes e insalubres. Cobra-se pelo uso de alojamentos sem condições de higiene.
7) No dia do pagamento, a dívida do trabalhador é maior do que o total que ele teria a receber. O acordo verbal com o gato também costuma ser quebrado, e o peão ganha um valor bem menor que o combinado inicialmente. Ao final, quem trabalhou meses sem receber nada acaba devedor do gato e do dono da fazenda e tem de continuar a suar para quitar a dívida. Ameaças psicológicas, força física e armas também podem ser usadas para mantê-lo no serviço.


STF pode fazer história



Começará a ser julgada na tarde desta quarta-feira (28) no Supremo Tribunal Federal (STF) a ação apresentada pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) que questiona a aplicação da Lei de Anistia sobre os agentes do Estado que praticaram torturas durante o regime militar.

Na ação apresentada em outubro de 2008, a OAB afirma que a lei “estende a anistia a classes absolutamente indefinidas de crime” e, nesse contexto, “a anistia não deveria alcançar os autores de crimes comuns praticados por agentes públicos acusados de homicídio, abuso de autoridade, lesões corporais, desaparecimento forçado, estupro e atentado violento ao pudor, contra opositores ao regime político da época”.


“Nossa expectativa é bastante otimista em relação ao julgamento. O STF poderá prestar um enorme serviço à sociedade brasileira", afirmou Ophir Cavalcante, presidente nacional da OAB e um dos responsáveis por defender a ação no STF. “Esperamos que o Supremo entenda que crimes comuns, como a tortura, não devam ser acolhidos pela Lei de Anistia e, dessa forma, permita que os torturadores possam responder a ações penais”, disse.

II Conferência Local de Controle Social



II Conferência Local de Controle Social: Royalties em Campos –balanço e perspectiva

1ª etapa: 20/5, 5ªf, 18:30, na Câmara de Vereadores de Campos (Av. Alberto Torres, 334, Centro)

promoção: Movimento Nossa Campos e Observatório de Controle do Setor Público.
apoio: PROEX/UENF, PROEX/IFF e Câmara de Vereadores.
coordenação: Hamilton Garcia (LESCE-CCH/UENF).

abertura: Almy Carvalho (Reitor da UENF), Cibele Monteiro (Reitora do IFF), Nelson Nahim (Presidente da CV de Campos) e Aurélio Lorenz (Diretor-Geral do OCSP).

palestrantes:
Rodrigo Neves (PT/RJ, Comissão de Desenvolvimento Regional da ALERJ)
Geraldo Coutinho (Diretor Regional da FIRJAN)
Denise Terra (CEPECAM da UCAM)
Eduardo Crespo (Diretor do FUNDECAM)
Roberto Moraes (Pró-Reitor de Relações Institucionais do IFF)

participação especial:
Odisséia Carvalho (Vereadora do PT/Campos)

debatedores:
Rodrigo Serra (Prof. do IFF)
Antônio Rangel (ex-vereador do PT/Campos)

terça-feira, 27 de abril de 2010

Governo Lula: compromisso com o trabalho decente







IBGE: Cresce o número de trabalhadores com carteira assinada

Décimo terceiro salário, férias remuneradas, fundo de garantia e aposentadoria não são mais privilégios de uma minoria de brasileiros. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que, pela primeira vez em 16 anos, metade dos trabalhadores das metrópoles do País tem a carteira assinada pelas empresas do setor privado.

A fatia de contratados em regime de CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) atingiu 50,3% do total de ocupados em janeiro e 50,7% em fevereiro, conforme o IBGE. A informalidade nas metrópoles está em um de seus níveis mais baixos: 36,7% dos ocupados (18,1% trabalham sem carteira assinada e 18,6% por conta própria). Em fevereiro, os empresários respondiam por 4,5% do total, militares e funcionários públicos por 7,5%.

É a primeira vez que o setor privado emprega com registro metade dos trabalhadores das grandes cidades desde março de 1994, quando a abertura da economia, o câmbio valorizado, e a expansão dos serviços fechavam vagas nas indústrias. Em números absolutos, significa 11 milhões de pessoas com carteira assinada nas grandes cidades.

O resultado de março será divulgado na quinta-feira (29). Para analistas, a previsão é de alta comparado aos 49,3% de vagas formais de março de 2009. A tendência de avanço da fatia de trabalhadores com carteira é consistente. Em março de 2004, respondia por 43,9% dos ocupados, saltou para 45,7% em março de 2006, 48,3% em março de 2008.
"A formalização do trabalho e a recuperação dos salários demonstram como o Brasil saiu rápido da crise", disse o secretário-geral da Confederação Única de Trabalhadores (CUT), Quintino Severo. Para o economista da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Flávio Castelo Branco, "é um círculo virtuoso, porque a expansão da economia gera mais formalização, que volta a alimentar o crescimento."
Segundo especialistas, vários motivos explicam a disposição das empresas em assinar a carteira do trabalhador, apesar do peso dos impostos. O principal é o crescimento da economia, mas também influenciam inflação controlada (que traz previsibilidade), expansão do crédito (os investidores exigem o cumprimento das leis antes de colocar dinheiro em uma empresa) e maior fiscalização.
Na realidade, a informalidade do trabalho no Brasil vem caindo desde 2004, como resultado positivo da política economica e de emprego do governo Lula. Em mais uma comparação inevitável com o governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, é importante lembrar que ele assumiu o governo justamente em 1995 e colocou em prática uma política neoliberal no país que, entre outros males, restringiu o trabalho e a renda para o povo.

Canalha X Cafajeste

Janus
Uma espécie de Janus de araque.

As últimas do Ciro Gomes me lembraram a twittada do poeta Fabrício Carpinejar:

"Canalha pede desculpa antecipado. Cafajeste pede desculpa tarde demais."


segunda-feira, 26 de abril de 2010

MPF: corrupção + escravidão = Campos



Depois de produzir ação de improbidade administrativa contra 14 políticos de Campos, o MPF denuncia trabalho escravo em canaviais de Campos [26/04/2010]:
O Ministério Público Federal (MPF) em Campos dos Goytacazes (RJ) denunciou à Justiça seis gestores da usina açucareira Santa Cruz por reduzirem trabalhadores dos canaviais a condição análoga à de escravo. Segundo as investigações do MPF e da Polícia Federal (PF), a usina não oferecia espaço adequado para alimentação e descanso, equipamentos de segurança e assistência médica. Além de atuarem em condições precárias, os lavradores tinham as carteiras de trabalho retidas, nem sempre eram pagos e, por vezes, pagavam para trabalhar.

Núcleo do humor







Dilma: Cabral é aliado preferencial



O PT-RJ organizou ontem (25/04/2010), na quadra da Portela, 1º grande ato de camanha de Dilma unificado com o PMDB. O evento reuniu, além de Cabral e Lindberg, militantes e artistas. A aliança PT-PMDB tem prioridade no projeto político-eleitoral de Dilma no estado Rio. Segundo ela: "O palanque do Sérgio Cabral é o único palanque do Partido dos Trabalhadores aqui no Rio de Janeiro. No que se refere a outros palanques cabe à coordenação da pré-campanha e todos os partidos da base aliada decidir as condições e se haverá ou não outros palanques."

domingo, 25 de abril de 2010

Núcleo Internacional


Mais uma vez o economista (um raro prêmio Nobel de economia de esquerda!) Paul Krugman coloca o "dedo na ferida", ou seja, investe toda ênfase analítica nas verdadeiras causas da última grande crise do capitalismo. Além disso, suas análises fazem um interessante acompanhamento crítico das propostas e limites do Governo Obama. Confira a seguir seu último artigo no New York Times (24/04/2010):


Não chore por Wall Street

"Na quinta-feira, o presidente Barack Obama foi a Manhattan, onde pediu a uma plateia composta em grande parte por pessoas de Wall Street para apoiar a reforma financeira. 'Eu acredito', ele declarou, 'que essas reformas são, no final, não apenas do melhor interesse de nosso país, mas do melhor interesse do setor financeiro'.
Bem, eu gostaria que ele não tivesse dito isso –e não porque ele realmente precisa, por razões políticas, assumir uma postura populista, para se distanciar publicamente dos banqueiros. O fato é que Obama deve tentar fazer o que é melhor para o país –ponto. Se para isso for preciso prejudicar os banqueiros, tudo bem.
Mais do que isso, a reforma deve de fato prejudicar os banqueiros. Um conjunto crescente de análises sugere que um setor financeiro inchado está prejudicando a economia como um todo. Encolher esse setor não deixará Wall Street feliz, mas o que é ruim para Wall Street é bom para os Estados Unidos.
Mas as reformas atualmente na mesa –que eu apoio– podem acabar sendo boas para o setor financeiro tanto quanto para nós, porque elas lidam apenas com parte do problema: elas tornariam as finanças mais seguras, mas poderiam não tornar o setor financeiro menor.
E qual o problema com o setor financeiro? Começa pelo fato de que o setor financeiro moderno gera lucros e contracheques imensos, mas fornece poucos benefícios tangíveis.
Lembra do filme “Wall Street –Poder e Cobiça” de 1987, no qual Gordon Gekko declarava: ganância é bom? Segundo os padrões de hoje, Gekko era um amador. Nos anos que antecederam a crise de 2008, o setor financeiro foi responsável por um terço do total dos lucros domésticos –quase duas vezes a participação de duas décadas atrás.
Esses lucros eram justificados, eles nos diziam, porque o setor estava fazendo grandes coisas para a economia. Ele estava canalizando capital para usos produtivos; estava diluindo o risco; estava ampliando a estabilidade financeira. Nada disso era verdade. O capital não estava sendo canalizado para inovadores criadores de empregos, mas para uma bolha imobiliária insustentável; o risco foi concentrado, não diluído; e quando a bolha imobiliária estourou, o sistema financeiro supostamente estável implodiu, com a pior recessão global desde a Grande Depressão como dano colateral.
Então para que os banqueiros estavam ganhando tanto dinheiro? Minha posição, refletindo os esforços dos economistas financeiros para entender a catástrofe, é de que, principalmente, para apostar com o dinheiro dos outros. O setor financeiro fez grandes apostas arriscadas com fundos emprestados –apostas que deram retornos elevados até perderem– mas que só foram possíveis de ser tomados de forma barata porque os investidores não entendiam quão frágil era o setor.
E quanto aos muito falados benefícios da inovação financeira? Eu estou com os economistas Andrei Shleifer e Robert Vishny, que argumentaram em um recente trabalho que grande parte dessa inovação foi para criar a ilusão de segurança, fornecendo aos investidores “falsos substitutos” para ativos à moda antiga, como depósitos bancários. No final a ilusão acabou –e o resultado foi uma crise financeira desastrosa.
Em seu discurso de quinta-feira, a propósito, Obama insistiu –duas vezes– que a reforma financeira não limitaria a inovação. Que pena.
E aqui está o pior: após serem duramente atingidos logo após a crise, os lucros do setor financeiro estão subindo de novo. Parece bastante provável que o setor em breve voltará a jogar os mesmos jogos que nos colocaram nesta confusão.
E o que deve ser feito? Como eu disse, eu apoio as propostas de reforma do governo Obama e de seus aliados no Congresso. Entre outras coisas, seria uma vergonha ver a campanha antirreforma dos líderes republicanos –uma campanha marcada por uma desonestidade e hipocrisia de tirar o fôlego– ser bem-sucedida.
E essas reformas devem ser apenas o primeiro passo. Nós também precisamos reduzir o tamanho do setor financeiro
E não são apenas críticos de fora dizendo isto (não que haja algo errado com críticos de fora, que têm se mostrado muito mais certos do que as pessoas de dentro supostamente conhecedoras; veja o caso de Alan Greenspan). Uma proposta intrigante está prestes a ser apresentada por, quem diria, o Fundo Monetário Internacional. Em um estudo que vazou, preparado para uma reunião deste fim de semana, o fundo pede por um Imposto Sobre Atividade Financeira, um imposto sobre os lucros e remuneração do setor financeiro.
Esse imposto, argumenta o fundo, poderia “atenuar a excessiva tomada de risco”. Também poderia ajudar a “reduzir o tamanho do setor financeiro”, o que o fundo considera algo bom.
Na verdade, a proposta do FMI é bastante branda. Todavia, se ela caminha na direção da realidade, Wall Street se queixará.
Mas o fato é que estamos dedicando uma parcela grande demais de nossa riqueza, uma parcela grande demais do talento de nosso país, ao trabalho de conceber e vender esquemas financeiros complexos –esquemas que têm a tendência de destruir a economia. Dar um fim a este estado das coisas prejudicará o setor financeiro. E daí?"


Tradução: George El Khouri Andolfato