sábado, 12 de junho de 2010

"O grande partido da democracia brasileira"



Na semana em que foi definitivamente "enquadrado" e teve adiado o sonho de se tornar Governador de Minas Gerais, Fernando Pimentel concedeu interessante entrevista ao O Globo (12/06/2010). Apesar das feridas para "lamber", ex-prefeito de Belo Horizonte e candidato ao Senado se mostrou convicto do caráter estratégico da aliança PT-PMDB e confiante no processo histórico de renovação do Partido dos Trabalhadores. Confira a seguir o teor de seu discurso:

"Acho que o que está acontecendo é um processo de renovação do PT. O que é salutar e compartilhado por todas as lideranças lúcidas e responsáveis do partido. O que chamo de renovação? Um partido que está se tornando o grande partido da democracia brasileira. Não é mais o partido criado a 30 anos com o viés estreito do ponto de vista ideológico, porém necessário naquele momento. Hoje temos uma democracia sólida. Temos que ser o partido da nova classe média, da classe C que está vindo para a cidadania agora, que representa o que alguns analistas chamam de lulismo, o que não acho que é assim porque não tem culto à personalidade, mas é um sentimento de participação político que precisa ter um canal partidário. O PT tem de se preparar para ser esse canal.
(...)
Desde o início, o partido todo sabia que havia um acordo com o PMDB. (...) que vau marchar conosco na eleição nacional, nos dar seu tempo de TV e o candidato a vice na chapa de Dilma. Em troca disso, flexibilizaríamos, como estamos flexibilizando, a nossa posição em todos os estados onde o PMDB tivesse candidatos competitivos, como Hélio Costa em Minas. Evidentemente que a militância do PT, embora entenda e aceite, lutou para que eu também, já que disputei as prévias e ganhei do Patrus, fosse competitivo.
(...)
O PT novo é o PT que que faz alianças e convive com a realidade política brasileira, buscando tranformá-la (...). Não somos mais um partido que coloca a ideologia como uma máscara, como óculos escuros para não enxergar a realidade política. Não!
(...)
O PT tem hoje 25% da chamada preferência partidária, espontaneamente. O PMDB, 7%, e o PSDB, 5%. Isso é uma coisa fantástica. Como dizer que está enfraquecido? PT fica cada vez mais forte no pensamento dos que se interessam por política. O PT é um pártido muito forte.

(...) Foi construindo isso ao longo dos 30 anos e foi se tornando cada vez mais um partido próximo do Brasil real."

Núcleo da Copa III


No 2º dia de Copa do Mundo de Futebol tivemos: a justa vitória de 2x0 dos disciplinados e velozes Coreanos do sul sobre os tediosos gregos; a promissora vitória de 1x0 dos talentosos argentinos sobre os pouco inspirados nigerianos (a atual geração fica muito aquem da geração de Okosha e Kanu!); e por último, gran finale, o maior frango de todos os tempos em uma Copa no EUA 1x1 Ingraterra. Está ficando animado...

Denúncia do anônimo


Enquanto vcs estão assitindo a Copa, Garotinho mandou obrigar todos os funcionários da Prefeitura, inclusive os contratados, para um abaixo assinado contra a decisão de cassação do mandato da prefeita. Vai ter outro ato público e novamente todo mundo tem que comparecer obrigado. O pior é que ele quer dar a entender que isso é fruto da sociedade civil organizada e que o povo está ao lado da Prefeita, por isso mandou todos os terceirizados recolherem assinaturas e quem assim não fizer vai ser mandado embrora. Os funcionários estão se sentindo coagidos, e por isso não tem outra saída que não seja atender a ordem.Odisséia podia denunciar isso!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Núcleo da Copa II


No 2º jogo da Copa de 2010, Uruguai 0 x 0 França, foi um tédio. Muita luta (sem brilho) por parte dos uruguaios e aquela empáfia antipática dos franceses. Esperamos coisa melhor dos jogos de sábado, especialmente Argentina x Nigéria.

Núcleo da Copa.

Sei que isto aqui é um blog de política, mas me permitam um pitaco sobre os primeiros 45 minutos de futebol da Copa.
Alguém devia avisar ao escrete mexicano que eles falam espanhol, tem recurso técnico, MAS NÃO SÃO O BARCELONA!
O time latino dominou a maior parte das ações no primeiro tempo, tem bons jogadores, porém varece de objetividade. Já os Bafana bafana resistiram ao domínio inicial equilibraram o jogo em alguns momentos, chegando a exercer alguma pressão no final.
Estamos aqui na torcida para que os comandados de Parreira possam surpreender e achar o gol que faria explodir de alegria a Nova África do Sul!
Vamos ao segundo tempo!

ATUALIZAÇÃO às 12:15
É goooool!!!
Aos 8' do segundo tempo.
Saiu o primeiro da copa, é dos Bafana bafana!
África do Sul 1X0!

ATUALIZAÇÃO às 13:03
Finda a partida, os aztecas apelam pro "Pet" latino, Cuauhtémoc Blanco, e conseguem um empate - sem muito mérito - num gol de Rafa Marques aos 35' do segundo tempo. 1X1 na abertura da Copa.
Palpite: com a bolinha que a França e o Uruguai andam jogando, ainda dá pros Bafana.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Royalties: ilegalidade e veto



Líder do Governo na Câmara diz que divisão igual de royalties é ilegal

O líder do Governo na Câmara, deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), disse hoje que é ilegal e inconstitucional a emenda do Senado que divide de forma isonômica, entre os estados e municípios brasileiros, os dividendos da exploração do petróleo relativos aos atuais contratos e às áreas a serem licitadas.
Vaccarezza pretende que a Câmara vote o assunto na próxima terça-feira (15), após o jogo de estreia do Brasil na Copa."Os autores dessa emenda se traíram, pois, ao determinarem que a União deve compensar os estados e municípios confrontantes, admitem que eles sofrem danos [decorrentes da exploração]", afirmou o líder. A inconstitucionalidade da proposta, segundo o líder do Governo, está no fato de prever gastos para a União sem definir a fonte e sem autorização para isso. "Esses gastos são definidos em orçamento, e a emenda simplesmente diz que a União compensará os estados produtores", ressaltou.
Quanto à ilegalidade, Vaccarezza apontou que a proposta quebra contratos já vigentes, nos estados produtores de petróleo. "Esses contratos já fazem parte dos orçamentos dos estados."
"A emenda é errada politicamente", acrescentou, por não reconhecer os riscos que sofrem estados e municípios confrontantes na atividade de exploração do petróleo. "Na cidade de Santos [SP], por exemplo, vai haver imensa movimentação de pessoas, caminhões, aviões, helicópteros para atender as exigências da exploração do pré-sal. E haverá movimento de navios, com os riscos ambientais de vazamento de óleo. Então, dizer que a compensação que Santos vai receber será igual à de um município do Acre, que não sofrerá esse tipo de dano, está errado."
O deputado lembrou que já estava prevista no projeto original do governo, que trata do regime de partilha na exploração da camanda pré-sal, a divisão de 22% dos dividendos para todos os estados e municípios. Ou seja, segundo o líder do governo, todos serão boneficados, mas os estados e municípios confrontantes devem ter tratamento diferenciado.
Para Vaccarezza, o apelo eleitoral contaminou alguns parlamentares nessa discussão. "O brasileiro sabe que há pessoas que querem aparecer; mas tem bom-senso, e vai distinguir quem está fazendo demagogia e quem defende de forma séria a solução consistente para o País", declarou.
O líder disse que está convocando todos os deputados da base aliada para estarem na Câmara terça à noite, a fim de votarem a proposta. Ele articula com o presidente da Casa, Michel Temer (PMDB-SP), uma mobilização dos deputados para realizarem votações também na manhã de quarta-feira (16). "Na outra semana haverá o dia de São João", ressaltou, ao prever dificuldade de quorum na semana seguinte devido às festas no Nordeste.
Fonte: Assessoria da Liderança do Governo na Câmara

quarta-feira, 9 de junho de 2010

De Fidel, sobre a Copa

Do globoesporte.com, reproduzindo o Granma:

Os habitantes do mundo observarão cada passo de Maradona e não deixarão de lembrar daquele gol espetacular para a Argentina.

De novo outro argentino vem despontando espetacularmente, de baixa estatura, mas veloz, que aparece como um raio, e com as pernas ou a cabeça dispara a bola em uma velocidade insólita.
(sobre Messi)

Se quer ter um exemplo de um homem firme, valente, heroico, sereno, inteligente e capaz, esse exemplo e esse homem é Mandela.

E o amanhã?

E por falar em Cabral, manchete da edição de hoje do Extra alardeia a generosidade de nosso candidato à reeleição, que antecipa em dois meses a parcela da incorporação da gratificação Nova Escola - prometida para a atual gestão, mas programada para se estender até o seu sucessor, mesmo em caso de reeleição!
Infelizmente, o calendário eleitoral antecipa migalhas, mas não traz nada de mais consistente para os profissionais da educação da rede estadual.
Ao menos, com a saída do governo de Joaquim Levi - o Exu tranca-cofres - e a promessa de que quadros petistas vão influir no programa de governo para a próxima gestão do Senhor Governador - que ontem em Campos vestiu o figurino de quem se preocupa com Educação - creio que podemos ter algum alento no sentido de avanços concretos nesse setor da administração. A pesada conta paga em contrapartida ao apoio à Dilma - ver post abaixo - não deve se limitar à aliança eleitoral. É necessário que o PT estadual tenha apoio da direção nacional para influir de forma decisiva no sentido de profundas mudanças na política do estado para educação pública, incluída aí uma verdadeira valorização dos professores.

Conta alta!

Em alguns posts abaixo, eu e o meu querido companheiro Gustavo Carvalho dialogamos sobre a definição do quadro eleitoral em Minas e o significado deste desfecho para a democracia interna do PT, a práxis republicana e o futuro do projeto nacional capitaneado pelo partido.
Compreendo perfeitamente as ponderações de meu estimado interlocutor e parceiro de luta política sobre o "preço a se pagar" no tabuleiro da tática eleitoral que nos torna, na atual conjuntura, alvo das chantagens do ajuntamento de interesses - mais ou menos nobres - políticos regionais que responde por PMDB. O companheiro Fernando Pimentel também agiu de acordo com esta consciência do inexorável. Mas o desconforto que isto deve nos causar fica evidenciado na recusa do companheiro Patrus Ananias, ex-Ministro e ex-Prefeito de Belo Horizonte, em compor chapa com Helio Costa.
Assim, após o Rio e Minas, entra na ordem do dia o caso do Maranhão, onde o PT estadual aprovou aliança em torno da pré-candidatura do Deputado Federal Flávio Dino (PCdoB-MA). Desta vez, ao menos, nós fluminenses não somos os únicos bois de piranha dos companheiros paulistas!
A canga que está para ser imposta aos petistas do Maranhão em favor de um oligarca como Sarney e contra a qual o companheiro Domingos Dutra(PT-MA) se propõe à uma greve de fome, é mais uma fatura cobrada na forma de chantagem pelos "companheiros" do PMDB que não manifestam qualquer reciprocidade, já que não são capazes de na mesma forma enquadrar rebeldes como Quércia e Gedel, que operam ostensivamente contra candidaturas petistas respectivamente em São Paulo e na Bahia - onde inclusive Jaques Wagner é candidato à reeleição! Convenhamos caro Gustavo, a conta a que se propõem a pagar os companheiros da direção nacional é muito alta e não apresenta contrapartidas regionais.
Pode-se contudo argumentar que está em curso uma operação para reforçar a bancada petista de Dilma no Senado. Vejamos então como se comportam as máquinas pemedebistas do Rio e de Minas em favor das eleições de Lindberg e de Fernando Pimentel frente o favoritismo de César Maia e de Crivela aqui e de Aécio e Itamar em Minas!
É esperar e conferir, contando ainda que os cardeais petistas se empenhem em fazer o dever de casa, elegendo Mercadante em seu Estado. Muito embora, frente às perspectivas quase inevitáveis de fluminenses, mineiros e maranhenses em terem de se contentar com governadores como Cabral, Hélio Costa e Roseana Sarney, não deve ser o quinto dos infernos mais uma gestão Alckimim!

A geopolítica da estupidez






O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (9) que considera "um equívoco" a aprovação de sanções contra o Irã pelo Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). "O conselho de segurança jogou fora uma oportunidade histórica de negociar tranquilamente o programa nuclear iraniano e ao mesmo tempo discutir com mais tranquilidade a desativação [do arsenal] dos países que têm bombas nucleares", afirmou Lula, durante uma cerimônia pública em Natal (RN).

"É um episódio que enfraquece o CS das Nações Unidas (...) Isso foi uma vitória de Pirro", criticou Lula. O órgão da ONU é composto por Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Rússia e China e outros 10 países rotativos. Ao todo, 12 nações foram favoráveis à punição, com uma abstenção --do Líbano --e dois votos contrários, do Brasil e da Turquia.

Em maio, os dois países intermediaram um acordo com o governo iraniano para tentar evitar sanções dos Conselho de Segurança por conta do programa nuclear desenvolvido pelo país persa. "Às vezes me dá a impressão [de ser] aquele pai duro que se vê obrigado a dar a palmada no filho mesmo que o filho não mereça, só para dizer: 'eu sou o pai'", afirmou o presidente.

"Quando eu fui ao Irã muita gente dizia que o Irã estava nos enganando. O que aconteceu? O Irã se comprometeu a cumprir aquilo que era o desejo do Conselho de Segurança da ONU. Lamentavelmente, desta vez quem queria negociar era o Irã, e quem não queria negociar eram aqueles que acham que a força resolve tudo", disse Lula.

Molecada

Tem razão o polêmico Vereador Marcos Bacellar (PT do B) quando se refere a "juventude mercenária" para designar um grupamento político destacado para tumultuar a Casa do Povo nas últimas semanas. Trata-se na verdade de uma espécie de "guarda pretoriana" que age à soldo, não tem mais idade para se identificar como "jovens" - embora isso seja mesmo subjetivo - e não compõe o espaço institucional do Departamento de Juventude da Prefeitura, conforme este blogueiro andou se informando.
Por não estarem assim formalmente identificados com o poder executivo e por seu passado volátil na "militância" política, tendo se associado a diversos grupos que ocuparam o poder local nos últimos anos, se prestam bem a tal papel sem envolver diretamente a Prefeita, sua bancada e seu grupo político à sua ação. Tentam se passar por cidadãos que agem de forma independente ou politizada, versão que não se sustenta pela sua falta de expressão e representatividade no movimento estudantil ou qualquer outro movimento de juventude.
Trata-se na verdade de uma "molecada" sem algo melhor para se ocupar e com vícios construídos a partir da relação com grupos políticos que hoje estão na oposição - e, logo, são também responsáveis pela gênese de tal subproduto da política - que são estimulados financeiramente para tentar intimidar a bancada de oposição.
Conforme aponta Saulo Pessanha em seu "Painel Político", na edição de hoje da Folha da Manhã, é preocupante a tensão que se estimula no ambiente do Poder Legislativo local. E é absolutamente irresponsável a utilização de "militância" de aluguel para acirrar o clima político na cidade, tagiversando o debate. Fica a impressão que a faltam a situação argumentos para o embate político qualificado.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sucessão eleitoral sem política?



Em seu mais recente Temas de conjuntura (http://www.acessa.com/gramsci/?page=visualizar&id=1246), o cientista político Luiz Werneck Vianna reafirma o ponto de vista crítico sobre a política brasileira e retoma a discussão do "Estado Novo do PT". Seu principal questionamento, em tom de lamento melancólico, é sobre a ausência de um debate público e ativismo/antagonismo político-programático mais intenso e consistente. Apesar de não partilhar de suas conclusões, considero relevante o seu chamamento ao debate sobre o futuro do país tão negligenciado por nossa esfera pública. A seguir, leia algumas passagens:

"A calmaria em que transcorre a sucessão presidencial, desconhecendo, ao menos até aqui, duros antagonismos entre os três principais candidatos envolvidos, assemelhados em tantos aspectos cruciais, pode sugerir que estamos a assistir a uma disputa entre alas de um mesmo partido.

Como que postos de acordo quanto ao principal, os candidatos divergem em questões tópicas, a exemplo, entre outras, do quantum de autonomia de que deveria gozar o Banco Central, de como encaminhar uma reforma tributária — exigiria ela uma emenda constitucional? —, todos alinhados a uma perspectiva pós-Lula, que não deixa de ser, querendo ou não, também pós-FHC, com os temas da estabilidade financeira e da responsabilidade fiscal.

Enfim, a se tomar pelas aparências, já teríamos atingido um ponto ótimo na história da evolução do país, restando agora cuidar — porque podemos mais — do seu aperfeiçoamento. E, assim, essa hora da sucessão, longe de impor um debate sobre os caminhos já percorridos e sobre a marcação dos objetivos estratégicos a serem atingidos, se apequena na rotina e na reiteração de práticas, algumas delas tidas como tão consagradas que ninguém se atreve a discuti-las. Tudo se passa como se não estivéssemos no fim de um governo, mas no seu recomeço. Para que, então, uma sucessão?
(...)
Nessa construção, não sobra espaço para a política, quase um monopólio de fato do Estado e dos seus agentes. Estiolam-se os partidos, boa parte deles destituídos de representação significativa, dependentes de favores do governo, sem vida própria, apropriados por uma “classe política”, em sua maioria, animada pelo projeto único de garantir a sua reprodução. Ausente a energia que provém da luta política, vive-se na modorra do pensamento único, qualquer manifestação de dissonância com os rumos atuais, a que restaria apenas aperfeiçoar, soando como um crime de lesa-majestade. Não há sucessão livre sem que haja livre discussão sobre que sociedade queremos para viver, sobre uma avaliação da nossa história e com a determinação das escolhas com que pretendemos dar continuidade a ela.

Mas, se a política, enquanto atividade consciente dos homens para tentar criar o seu destino, está em baixa e sob o controle de alguns poucos, temos um potente mundo dos interesses, grandes e pequenos, uns bem mais atendidos que outros, prontos ao conflito, se muito contrariados. Certamente, no que se avizinha, interesses serão afetados, não necessariamente os grandes, e nem sempre passíveis de compensação por vias administrativas. Se até aqui o decantado carisma de Lula e a sua proverbial boa sorte permitiram que as fortes contradições entre eles não ganhassem as ruas, sempre resolvidas por acordos nos gabinetes ministeriais sob a arbitragem presidencial, resta pouca esperança de que, com esses pretendentes à sucessão, o mesmo remédio seja eficaz. Seguramente, falta-lhes o carisma e é provável que também lhes falte o mesmo banho de lua. A política de que estamos tão distantes, oculta nas razões da gramática tecnocrática, promete nos cobrar com juros a sua próxima aparição."

UENF terá assembleia unificada


Sobre a "ultima peça".

FALTOU COMBINAR COM OS MINEIROS!
A quem interessa o degaste de Fernando Pimentel, pré-candidato do PT mineiro ao Senado confirmado hoje (conforme nota do companheiro Gustavo Carvalho postada abaixo)?
Estranho que, apesar da disciplina manifestada nas declarações reproduzidas por este blog - porque nenhum argumento racional além da chantagem do PMDB justifica, a partir das pesquisas realizadas pelos dois partidos em MG, a decisão da aliança em caminhar com um candidato que não traz nenhum signo de renovação e não une nem seu próprio partido, como o Senador Hélio Costa - o PIG traga em suas manchetes nos matutinos de ontem uma articulada ofensiva contra o ex-prefeito de Belo Horizonte.
Será porque Pimentel é um símbolo de vanguardismo, onde o PT fugiu da disputa paroquial pelo poder com o PSDB em SP e produziu um ensaio de pluralidade que pode ser útil ao interesse nacional na eleição de Márcio Lacerda? Ou será porque um petista mineiro com influência na campanha e num provável governo de uma petista gaúcha seja algo que assuste a hegemonia dos cardeais paulistas bem representados por seu domesticado presidente nacional, que tem domicílio eleitoral no nordeste?
São respostas que não teremos agora, graças ao bom senso e à responsabilidade de Pimentel, fritado e enquadrado disciplinadamente frente a estranha coincidência de interesses do PIG, de Rui Falcão e de Palocci - que se credencia a reassumir o papel de Rasputin num provável governo Dilma.
Só espero que isso não se dê a custa do interesse do povo mineiro. Felizmente a nossa candidata, antevendo o desastre numa articulação onde atuou com proeminência o abominável Wellington Salgado de Oliveira, alimentou semanas atrás a possibilidade da composição informal que batizou de Anastadilma!

segunda-feira, 7 de junho de 2010

E no RJ Diretório Regional do PT se reúne

Do Blog da Veradora Odisséia.

O Diretório Estadual do Partido dos Trabalhadores acaba de se reunir no Rio de Janeiro para definir questões ligadas às próximas eleições.

Foi formada uma comissão que vai discutir questões como o programa de governo com o candidato à reeleição,Sérgio Cabral e o PMDB, partido do governador. A comissão é formada pela líder do PT na Alerj, Deputada Inês Pandeló, pelo Deputado Federal Luiz Sérgio (presidente do PT/RJ), pelo vice presidente do PT Jorge Florêncio e por Antônio Neiva, membro do diretório.

A discussão sobre a suplência para senador foi adiada para o próximo dia 18. Vai ser definido se a vaga de suplente vai ser ocupada por um membro do PT ou do PDT. No PT três nomes disputam a vaga , Godofredo Pinto, Emir Sader e Hélio Anomal.

PT e PMDB encaixam a última peça


O PT e o PMDB chegaram nesta segunda-feira (7) a um acordo que definiu a candidatura do senador peemedebista e ex-ministro das Comunicações Hélio Costa ao governo de Minas Gerais, além do lançamento do ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel (PT) para uma vaga ao Senado. O anúncio foi feito pelo petista em sua página no Twitter.

"Amigos, agradeço a todos que me apoiaram na pré-campanha. Vamos anunciar a chapa Hélio governador, Pimentel senador. E Dilma presidente!!", disse o ex-prefeito de Belo Horizonte no serviço de microblogging. "Prevalece o acordo nacional PMDB-PT. Agora é unidade na campanha e energia pra ganhar em Minas e no Brasil. Vamos em frente!!!", publicou Pimentel na internet.
No final da tarde, as lideranças dos dois partidos oficializaram a decisão.

“Um mês atrás nós fizemos uma reunião aqui nesta mesma sala e tomamos uma decisão importante que PT e PMDB teriam um palanque único em Minas Gerais (...). Depois de um mês de debates em Minas Gerais e, inclusive, da realização de pesquisas, o que ficou claro é que ambos os pré-candidatos eram muitos fortes (...). Queremos anunciar que a nossa chapa para as eleições em Minas Gerais será composta pelo senador Hélio Costa, como pré-candidato a governador, e o companheiro ex-prefeito de Belo Horizonte, José Pimentel, como pré-candidato a senador”, anunciou o presidente do PT, José Eduardo Dutra.

“O processo de debate está encerrado. Esta chapa é a chapa da unidade”, reforçou Pimentel durante o anúncio, negando que o PT sairia rachado com a decisão.
Quanto à indicação do vice para a chapa de Hélio Costa ao governo, os líderes disseram que a definição ficará para um segundo momento e deverá ser alguém do PT. O ex-ministro do Desenvolvimento Social do governo Lula, Patrus Ananias, é um dos nomes cogitados.


O vaticínio de Beckenbauer






Franz Beckenbauer, embora praticasse um futebol elegante, faz jus ao pragmatismo do futebol praticado ao estilo alemão. Em entrevista publicada ontem no O Estado de S. Paulo, o "Kaiser" foi categórico ao analisar a atualização-padronização do "jogo de bola" contemporâneo (inclusive o brasileiro):

"Quando o mundo pensa sobre o futebol brasileiro, a imagem que ainda que se tem é de Pelé, Rivellino e uma seleção fantástica. Mas vamos ser honestos de uma vez por todas e deixar as coisas bem claras. O futebol que eu e Pelé jogamos não existe mais. Não podemos ter mais ilusões. O que nós jogamos existe apenas no passado. Não é bom ou ruim. É apenas a realidade.
(...)
Há 40 anos, quando entrávamos em campo, apenas pensávamos em uma coisa. Como levar a bola até a linha do gol adversário pela forma mais curta possível. Essa era, na essência, a tática. Portanto, tínhamos muita liberdade e o talento de cada jogador aparecia como a principal arma de um time. Hoje a tática ganhou. A bola passa de pé em pé várias vezes e de um lado para o outro para que se avance. E o que eu tenho percebido é que todos jogam assim. Essa Copa será marcada pela falta de uma surpresa no sentido tático. O futebol se globalizou e, com isso, observamos uma harmonização da maneira de atuar das seleções. Essa será uma Copa em que todos atuarão com a tática predominando. Talvez seja a primeira que teremos todas as 32 seleções agindo de forma quase igual."

Brasil: futebol e diplomacia

Nascido na Índia, criado nos Emirados Árabes e na Alemanha, o cientista político Parag Khanna tornou-se consultor de política externa de Barack Obama. Para Khanna, o Brasil passou por um processo de evolução diplomática. Um bom exemplo desse processo, seria a liderança assumida na coalizão do G-20, com a China, a África do Sul e a Índia. O Brasil seria o "capitão de um eixo comercial"

No seu livro "O Segundo Mundo: Impérios e Influência na Nova Ordem Global", publicado em 2008, Khanna cria uma curiosa analogia entre o futebol brasileiro e o sucesso tupiniquim nas negociações internacionais.  

"O Brasil transformou o futebol numa arte, e não surpreende, que saia assim tão bem em negociações às vezes comparadas à simultâneos jogos de futebol num mesmo campo, sem que ninguém saiba a quantas anda o placar e em meios a constantes mudanças de time, embora, com toda exaustão todos continuem jogando."

O PIG de cá e a durona Hillary são incapazes de entender esta semi poesia. Alguns companheiros não se sensibilizaram mas já vesti meu ufanismo tosco: 
- BRASIL will will will...  

domingo, 6 de junho de 2010

As "vastas emoções e pensamentos imperfeitos" da direita


De acordo com Freud, o inconsciente é o "lugar" no qual condensamos, recalcamos e reprimimos os desejos mais primitivos. Esse império dos sonhos sem compromisso com a realidade e não regulado pelo tempo, foi assim definido pelo criador da psicanálise: "É um mundo arcaico de vastas emoções e pensamentos imperfeitos"!

As diferentes interpretações sobre o Governo Lula e seu legado são próprias da vida democrática e esse dissenso é fundamental para a vitalidade do debate público. Contudo, algumas análises, se conseguem escapar do puro exercício de má-fé, beiram ao delírio onírico tamanha a discrepância irracional com relação aos dados do real. Pois bem, para exemplificar esse raciocínio confira a passagem final do artigo Os números e o que eles não dizem (O Estado de S. Paulo 08/06/2010), do professor emérito da USP José de Souza Martins:

"Muito antes da eleição de Lula, o PT já havia criado uma poderosa máquina de poder, baseada na lealdade religiosa dos grupos de base que o esvaziaram como partido para transformá-lo em seita. No poder, esse exército de adeptos recrutados nas igrejas, nos sindicatos e nas universidades tratou de montar a máquina da permanência e do continuísmo, a estratégia da estagnação política, econômica e social. É o retrocesso desse autoritarismo e não o carisma de Lula que move para cima a candidata do lulismo."

O mais bizarro desse "argumento" é que mesmo que esse regime arcaico e autoritário fosse real, teríamos uma falha fundamental: o exercício democrático do sufrágio universal! Ou então podemos combinar assim: o sucesso do PT em (re)eleger o Presidente se deve à democracia como "ditadura da maioria" e para a direita voltar a fazê-lo podemos realizar um plebiscito par re-instaurar o voto censitário ou o despotismo esclarecido.