sábado, 22 de maio de 2010

Dilma vem aí e o bicho vai pegar!




Capo di Tutti Capi


O atacante Diego Milito comemora um dos seus dois gols da Internazionale contra o Bayern de Munique na final da Liga dos Campeões. Time italiano venceu por 2 a 0, faturou o tricampeonato da Liga e finalizou a Tríplice Coroa na temporada 2009/2010 do futebol europeu.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Jornada de Formação do PT


Amanhã, dia 22/05, o  PT de Campos dos Goytacazes realizará a etapa regional da Jornada de Formação organizado pela Escola  Nacional de Formação Política do PT com o apoio da Fundação Perseu Abramo. 

O evento acontecerá na sede do Sindicato dos Bancários na Rua Marechal Floriano, nº129/133 das 8h às 17h. 

A participação na Jornada de Formação é aberta para todos os filiados. 

Odisséia: Controle Social: um debate fundamental em Campos dos Goytacazes


O Movimento Nossa Campos (MNC) e o Observatório de Controle do Setor Público (OCSP) com o apoio do IFF, UENF e UCA promoveram ontem a II Conferência Local de Controle Social com o tema: Royalties em Campos - balanço e perspectiva, no auditório da Câmara Municipal.
Um município como Campos dos Goytacazes, onde os recursos dos royalties do petróleo constituem a maior parte do orçamento, a aplicação desses recursos deve ser fiscalizada e as prioridades no investimento também.
O orçamento participativo deve ser um instrumento dos governos que têm compromisso com a democracia, pois a sociedade civil ocupa espaços nas decisões das prioridades de investimento do dinheiro público e tem controle das contas públicas, ou seja, quanto, como e em que o dinheiro público deve ser gasto.
Infelizmente em nosso município isso ainda não acontece. Em várias administrações do Partido dos Trabalhadores o orçamento participativo foi implementado e fez toda a diferença. O mínimo que se espera é que a prefeitura seja eficiente e transparente na utilização dos recursos. É preciso inverter algumas prioridades nos investimentos e estimular o crescimento econômico de acordo não com interesses de mercado, mas que de fato o desenvolvimento econômico tenha um caráter de desenvolvimento social.
A gestão pública deve ser exercida reafirmando a dimensão social da democracia, inclusive enquanto parte de um padrão de administração que se utilize de meios de controle, prestação de contas, com base na transparência e na divulgação pública dos atos de governo.
Os meios são diversos seja versão de participação e sugestões pela internet, diário oficial digital, colegiados ou conselhos por áreas (distritos e bairros), ouvidoria municipal, portal da transparência, empoderamento real dos conselhos setoriais e das conferências, governo itinerante, conselhos populares, ou seja, vários espaços institucionais onde as políticas públicas desenvolvidas estão em permanente interação com a população, o verdadeiro controle social. E a Conferência de Controle Social aponta justamente para esse caminho.

Núcleo do Humor


Desculpem-me, meninos. Mas não resisti.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

Pobreza continua em queda



Queda da pobreza é mantida mesmo em meio à crise

O percentual de pobres caiu de maneira sustentável no Brasil entre 2004 e 2008, e, mesmo com a crise financeira internacional, o movimento provavelmente não foi interrompido em 2009, de acordo com a economista Sonia Rocha, do Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade.
Ela apresentou pela manhã, no 22º Fórum Nacional, um estudo com base em dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE, que mostra que a proporção de pobres no país caiu de 33,2% para 22,9% no período pesquisado.
O fator que mais contribuiu para a queda foi a melhoria da renda do trabalho e o aumento do salário mínimo. No caso apenas das famílias pobres, no entanto, a economista mostra que o peso das transferências de renda no orçamento total familiar aumentou de 10% para 18%.
Isso não significa, disse ela, que a melhoria da situação financeira dos pobres se deu apenas por causa de transferências de renda. O peso da renda do trabalho ainda representa 71% do orçamento familiar desse grupo. O que o dado mostra é que as transferências cresceram em ritmo superior aos salários e demais rendas do trabalho.
Como os dados consolidados de 2009 só serão divulgados em setembro, ainda não é possível saber se o movimento de redução da pobreza teve continuidade. A economista, no entanto, aposta que a queda deve ter continuado, já que houve melhoria do salário mínimo, aumento das transferências de renda, e a crise, no período de coleta da pesquisa do IBGE (setembro), já havia passado por sua pior fase.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

II Conferência de Controle Social



O Movimento Nossa Campos (MNC) e o Observatório de Controle do Setor Público (OCSP) convocam a sociedade campista para a
II Conferência Local de Controle Social
sob o tema: Royalties em Campos – balanço e perspectiva

Dia 20/05/2010 (5ªf), às 18:30, na Câmara de Vereadores de Campos (Avenida Alberto torres, nº 334, Centro).
Abertura: Almy Carvalho (Reitor da UENF), Cibele Monteiro (Reitora do IFF), Nelson Nahim (Presidente da CV/Campos) e Aurélio Lorenz (OCSP)
Palestrantes: Rodrigo Neves (PT/RJ, Comissão de Desenvolvimento Regional da ALERJ)
Geraldo Coutinho (Diretor Regional da FIRJAN) Denise Terra (Diretora do CEPECAM DA UCAM) Eduardo Crespo (Diretor do FUNDECAM) Roberto Moraes (Pró-Reitor de Relações Institucionais do IFF) Participação Especial:Odisséia Carvalho (Vereadora do PT)Debatedor:Antônio Rangel (ex-vereador do PT)
Rony Araújo (Executivo da PURAC)
Coordenação: Hamilton Garcia (LESCE-CCH/UENF)
Apoio: UENF, IFF e UCAM

Nunca antes na história desse país...


Inegável a posição positiva de Lula em enfrentar o imperialismo estadunidense. Podem falar o que quiserem, mas, finalmente, o país está se libertando das imposições políticas e econômicas do EUA. Lamentavelmente, a mídia brasileira (leia-se, a elite reacionária e hipócrita que ainda habita o Brasil) insiste em criticar qualquer acerto neste sentido, claro, acordos com outros países provocam cólicas de mau humor na nação do Tio Sam. A Rede Globo, na chamada do Bom Dia Brasil, hoje, anunciou que a diplomacia brasileira não convence e que países querem sanções. Quais países, cara pálida? Se referiam a França, Rússia, China, Grã-Bretanha e EUA, países do Conselho de Segurança da ONU que têm poder de veto e sanções. No entanto, esqueceram de ressaltar que França e China apóiam o Brasil na condução do tema nuclear.
Mas qual é a grande questão, afinal? Segundo o Ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Resende, "Se formos depender dos países desenvolvidos, realmente nós não vamos conseguir ter um programa [nuclear] bem-sucedido. É de todo interesse de muitos desses países que nós não sejamos independentes nessa área”, disse o ministro, que acredita que o Brasil dominará o ciclo completo do combustível nuclear em quatro ou cinco anos. Ou seja, a questão é a independência!!
Mais uma vez não querem que sejamos independentes.
Leandro Fortes, do blog Brasília, eu vi, explica muito bem quando ressalta que "A reação da velha mídia nativa ao acordo nuclear do Irã, costurado pelas diplomacias brasileira e turca chega a ser cômica, mas revela, antes de tudo, o despreparo da classe dirigente brasileira em interpretar o força histórica do momento e suas conseqüências para a consolidação daquilo que se anuncia, finalmente, como civilização brasileira".

Viva a Liberdade!!

Mercenários à soldo!

Você conhece a auto-denominada "juventude do PR"?
Pois se é de fato delegada ao pequeníssimo grupo que tentou afrontar a instituição do Legislativo Municipal no fim da tarde da última segunda-feira a tarefa de organizar algum segmento de militância, o partido do Governador Garotinho anda mal parado!
A dita manifestação, apesar de barulhenta, não conseguiu reunir mais de meia-dúzia de "jovens" velhos "militantes" bastante conhecidos. Tinha mais gente em cima do potente carro de som do que na "platéia". Estudante de verdade, vimos muito mais nas galerias acompanhando a importante discussão sobre abuso sexual pautada em audiência pública ocorrida no Plenário da Câmara na ocasião.
Não pela sua - falta de - expressão, o tal "ato", contudo, chamou a atenção deste blogueiro pela curiosa composição de sua organização. As "lideranças" que orgulhosamente se identificavam no caminhão de som são as mesmas que há poucos meses promoviam atos semelhantes - apesar de mais concorridos! - para promover enterros simbólicos de Garotinho!!!
Bom, duas conclusões se pode tirar do episódio:
1- Se não são coerentes com suas opções políticas, os "meninos" que hora se postam aguerridamente em "defesa" dos aliados da Prefeita são coerentes com sua vocação para manifestarem-se de forma oportunista em favor dos detentores do poder na ocasião;
2- A Vereadora do PT deve estar incomodando muito com seus constantes apelos à transparência administrativa na gestão da Prefeita Rosinha!

terça-feira, 18 de maio de 2010

A Recuperação do Emprego na Região Norte Fluminense



A Recuperação do Emprego na Região Norte Fluminense
O ano de 2010 apresenta uma trajetória de emprego positiva, especialmente nos municípios de Campos e Macaé. Depois de amargar saldos negativos em 2009, Campos com 183 e Macaé 87 vagas destruidas, esses municípios mostram uma boa dinâmica de geração de trabalho.
Em abril, Campos dos Goytacazes gerou um saldo de 917 e Macaé um saldo de 896 novas vagas.
As ocupações que predominaram em Campos dos Goytacazes são ligadas à contrução civil e ao setor de serviços. Os investimentos públicos em casa populares e infraestrutura no município de Campos são fundamentais nesse processo dinamico. Em Macaé, as ocupações responsáveis pelo saldo positivo estão relacionadas à indústria de transformação e as atividades de serviços. A melhor dinamica na geração de emprego em Macaé, confirma a trajetória de recuperação da economia nacional.O gráfico a seguir, apresenta a trajetória de emprego nos quatro meses do ano para Campos e Macaé.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

"Lulinha Paz e Amor" Internacional


Lula diz que acordo com Irã é vitória da diplomacia

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse hoje (17) que o acordo fechado entre Brasil, Irã e Turquia para troca de material nuclear foi uma “vitória da diplomacia”. Lula participou da negociação como o presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, e o primeiro-ministro turco, Tayyip Erdogan, em Teerã.
O acordo prevê que o Irã envie à Turquia 1.200 kg de urânio de baixo enriquecimento (3,5%). Em troca, receberá o material enriquecido a 20% para ser usado em pesquisas médicas em Teerã, depois de até um ano. Nesse período, haverá supervisão de inspetores turcos e iranianos.
“Foi uma resposta de que é possível, com diálogo, a gente construir a paz, construir o desenvolvimento”, disse Lula no programa de rádio Café com o Presidente, gravado de Teerã logo após o fechamento do acordo.
O governo brasileiro acredita que o acordo criará confiança na comunidade internacional e pode evitar que o Irã seja submetido a sanções por causa de seu programa nuclear.
Lula disse que o Brasil sempre acreditou na possibilidade de acordo e que a negociação prova que é possível fazer política internacional baseada da confiança.
“Há um milhão de razões para a gente ter argumento para construir a paz e não há nenhuma razão para a gente construir a guerra. O Brasil acreditou que era possível fazer o acordo. Mas o que é importante é que nós estabelecemos uma relação de confiança. E não é possível fazer política sem ter uma relação de confiança”, avaliou.
Lula deixou o Irã hoje (17) e seguiu para a Espanha, onde participará da Cúpula União Europeia-América Latina. Em seguida, o presidente brasileiro vai para Portugal.
O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, disse hoje (17), em Teerã, que o acordo fechado para o envio de urânio do Irã levemente enriquecido para Turquia deve evitar as eventuais sanções ao governo iraniano por suspeitas ao seu programa nuclear.
Amorim ficou até as 4h da manhã de hoje (17) negociando os termos do acordo com os chanceleres do Irã e da Turquia. O acordo foi firmado nesta manhã durante as reuniões paralelas do G15.
“Vamos continuar discutindo e vamos ver o que vem, o que vai acontecer. Sempre achamos que era necessário dar um crédito de confiança à paz e à negociação. Agora, nós temos as condições materiais para que esse crédito de confiança exista”, afirmou Amorim, no programa semanal de rádio Café com o Presidente, que foi ao ar na manhã de hoje.
O chanceler reconheceu, porém, que o acordo firmado hoje é apenas o início de uma série de negociações. “Esse acordo não vai resolver todas as questões, mas é o passaporte para discussões mais amplas que criem a confiança na comunidade internacional e, ao mesmo tempo, permita ao Irã exercer o direito legítimo à energia nuclear para fins pacíficos, inclusive com enriquecimento”.
Amorim lembrou ainda que a Turquia, que receberá o urânio do Irã, pertence ao grupo da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), ligado aos Estados Unidos – o país que lidera a campanha internacional em favor das sanções contra o Irã.
“Eu não vejo nenhuma razão [para desconfiança], nem a Turquia, que aliás, é um país membro da Otan, portanto muito ligado, aliado militar até dos Estados Unidos. Claro, cada um fará seu julgamento, mas nós não vemos nenhuma razão para que haja continuidade nesse movimento em favor de sanções”.
Segundo o chanceler, o governo brasileiro comemora o acordo firmado hoje, que representa os esforços em torno da busca pela paz e a não imposição de sanções contra o Irã.
“Nós tivemos que trabalhar durante muito tempo e enfrentar o ceticismo de muitos países. Mas o que eu queria salientar é que essa declaração entre Turquia, Brasil e Irã contém os elementos principais que são necessários, todos os elementos que são necessários, para que haja o acordo de troca de urânio por elementos combustíveis”.

Da Agência Brasil

domingo, 16 de maio de 2010

Zé Brasil pode escolher



A Folha de S. Paulo confirma seu caráter de panfleto demo/tucano. A capa de hoje (Domingo, 16/05/2010) tem como manchete principal: "Benefício social prejudica atividade rural do Nordeste". A reportagem correspondente tenta demonstrar, através de algumas entrevistas pontuais, o quanto políticas públicas distributivas como o "Bolsa Família" são prejudiciais à produtividade econômica, especialmente para atividades que empregam mão de obra intensiva. A reportagem até faz referência aos argumentos de defesa do programa do Ministério do Desenvolvimento Social, respaldados em pesquisas do PNUD/ONU, mas teima em desconsiderar suas conclusões:

“A noção de que programas de transferência são um desincentivo ao trabalho é mais baseada em preconceito do que em evidências empíricas”. “O levantamento derruba a tese de que o Bolsa Família estimule as pessoas a pararem de trabalhar. O impacto na participação no mercado 'não é significativo nem para homens nem para mulheres'. A probabilidade de quem recebe os recursos governamentais estar ocupado é maior — 1,7% a mais para homens, 2,5% para mulheres —do que entre pessoas da mesma faixa de renda que não participam do programa. Uma das explicações para isso é que o benefício está atrelado à necessidade de as crianças frequentarem a escola. Sem terem de ficar em casa para cuidar dos filhos, as mulheres disporiam de mais tempo para se dedicar a uma atividade remunerada." Ou ainda: “no grupo dos 10% mais pobres do Brasil, a porcentagem de pessoas que trabalhavam ou procuravam trabalho era de 73% entre os que recebiam o Bolsa Família e de 67% entre os que não recebiam. Na parcela dos 10% a 20% mais pobres, 74% dos beneficiários pelo programa de renda eram economicamente ativos, contra 68% entre os não-beneficiados. No grupo seguinte (20% a 30% mais pobres), a taxa era de 76% para atendidos e de 71% para não-atendidos.”

O mais irônico dessa posição ideológica é que mesmo se tal "denúncia" fosse corroborada com fatos, restaria o recurso à racionalidade econômica do ator nas condições objetivas do mercado: por que o trabalhador pobre, que por definição não possui meios de produção e só pode dispor de sua força de trabalho, tendo acesso aos programas sociais, deveria optar por condições de trabalho degradantes e salários aviltantes? Esse é o "pequeno detalhe" que distingue o trabalhador livre do escravo!


Núcleo Internacional



Nós não somos a Grécia

Paul Krugman
É um vento ruim que não sopra a favor de ninguém, mas a crise na Grécia está deixando algumas pessoas –pessoas contrárias à reforma da saúde e que estão procurando avidamente por uma desculpa para desmontar o Seguro Social– muito, muito felizes. Por toda parte que você olha há editoriais e comentários, alguns posando como reportagens objetivas, afirmando que a Grécia de hoje é os Estados Unidos de amanhã, a menos que abandonemos toda essa tolice a respeito de cuidarmos daqueles que precisam.
Mas a verdade é que os Estados Unidos não são a Grécia –e, de qualquer forma, a mensagem da Grécia não é a que essas pessoas querem que você acredite.
Então, como comparar os Estados Unidos e a Grécia?
Ambos os países incorreram recentemente em grandes déficits orçamentários, mais ou menos semelhantes como percentual do PIB. Os mercados, entretanto, os tratam de modo muito diferente: as taxas de juros sobre os títulos do governo grego são mais do que o dobro do que as taxas sobre os títulos americanos, porque os investidores veem um grande risco de que a Grécia dará um calote em sua dívida, enquanto virtualmente não veem risco de que os Estados Unidos farão o mesmo. Por quê?
Uma resposta é que temos um nível de endividamento muito menor –a quantidade que já devemos, em comparação a novos empréstimos– em relação ao PIB. É verdade, nossa dívida deveria ser menor. Nós estaríamos melhor posicionados para lidar com a atual emergência se tanto dinheiro não tivesse sido desperdiçado nas reduções de impostos para os ricos e em uma guerra sem fundos. Mas mesmo assim nós entramos na crise em muito melhor forma do que os gregos.
Ainda mais importante, entretanto, é o fato de que temos um caminho livre para a recuperação econômica, enquanto a Grécia não tem.
A economia americana está crescendo desde meados do ano passado, graças ao estímulo fiscal e à política expansionista do Federal Reserve (Fed, o banco central americano). Eu gostaria que o crescimento fosse mais rápido; mesmo assim, ele finalmente está produzindo empregos –e também está aparecendo nas receitas. No momento, nós estamos a caminho de cumprir as projeções do Escritório de Orçamento do Congresso de aumento substancial na receita tributária. Unindo essas projeções às políticas do governo Obama, elas deixam implícita uma queda acentuada do déficit orçamentário nos próximos anos.
A Grécia, por sua vez, está presa em uma armadilha. Durante os anos bons, quando havia grande entrada de capital, os custos e preços gregos se desalinharam demais com os do restante da Europa. Se a Grécia ainda tivesse sua própria moeda, ela poderia restaurar a competitividade por meio da desvalorização. Mas ela não tem. E como abandonar o euro ainda é considerado impensável, a Grécia enfrenta anos de deflação opressiva e crescimento econômico baixo ou zero. Logo, a única forma de reduzir os déficits é por meio de cortes orçamentários selvagens, e os investidores estão céticos sobre se esses cortes de fato acontecerão.
Vale a pena notar que o Reino Unido –que está em uma situação fiscal pior do que a americana, mas que, diferente da Grécia, não adotou o euro– permanece capaz de tomar emprestado a taxas de juros relativamente baixas. Ter sua própria moeda, ao que parece, faz uma grande diferença.
Resumindo, nós não somos a Grécia. Nós podemos ter déficits de tamanho comparável, mas nossa posição econômica –e, como resultado, nosso panorama fiscal– é muito melhor.
Dito isso, nós temos um problema orçamentário a longo prazo. Mas qual é a raiz desse problema? “Nós exigimos mais do que estamos dispostos a pagar”, é o argumento habitual. Mas esse argumento é profundamente enganador.
Primeiro, quem são esses “nós” de quem as pessoas falam? Tenha em mente de que o esforço para redução de impostos beneficiou em grande parte uma pequena minoria dos americanos: 39% dos benefícios de tornar permanentes as reduções de impostos promovidas por Bush atenderam ao 1% mais rico da população.
E também tenha em mente que a arrecadação de impostos ficou aquém dos gastos em parte graças a uma estratégia política deliberada, a de “fazer a fera passar fome”: os conservadores privaram deliberadamente o governo de receita em uma tentativa de forçar os cortes de gastos que agora eles insistem ser necessários.
Enquanto isso, quando você olha por trás dessas projeções orçamentárias assustadoras a longo prazo, você descobre que não são provocadas por um problema generalizado de excesso de gastos. Em vez disso, elas em grande parte refletem apenas uma coisa: a suposição de que os custos da saúde aumentarão no futuro como ocorreram no passado. Isso nos diz que a chave para nosso futuro fiscal é uma melhora da eficiência de nosso sistema de saúde –o que é, como você pode lembrar, algo que o governo Obama está tentando fazer, enquanto muitas das mesmas pessoas que agora estão alertando sobre os males dos déficits gritam “painéis da morte!”
Aqui está a realidade: o panorama fiscal dos Estados Unidos nos próximos anos não é ruim. Nós temos um problema orçamentário sério a longo prazo, que terá que ser resolvido com uma combinação de reforma da saúde e outras medidas, provavelmente incluindo um aumento moderado dos impostos. Mas temos que ignorar aqueles que fingem estar preocupados com a responsabilidade fiscal, mas cuja meta real é desmanchar o Estado de bem-estar social –e estão tentando usar crises em outros lugares para nos assustar até darmos a eles o que eles querem.