sábado, 26 de junho de 2010

Magoou



"A eleição nós já perdemos, não podemos perder o caráter."

Rodrigo Maia, presidente dos "demos", mulher de malandro e ainda aliado do Serra.

Núcleo da Copa XVII


O que inicialmente parecia apenas um "destempero" do técnico Dunga, ganhou grandes proporções e culminou no movimento "Um dia sem Globo" na internet. A reação dos internautas à atuação da Vênus Platinada do Jardim Botânico já havia sido ensaiada no "Cala a Boca Galvão", uma brincadeira que se espalhou pela rede e dava indícios da crescente rejeição às Organizações Globo.
O editorial da Carta Maior faz uma análise do chamado "vuvuzelaço" promovido na web. Ainda bem que fez "barulho" mas não tem som.


Rede Globo é alvo de "vuvuzelaço" na internet
A briga entre Dunga e a Globo mostrou que as grandes empresas midiáticas não estão falando mais sozinhas e perderam a legitimidade auto-atribuída que os apresentava como porta-vozes dos anseios, interesses e desejos da sociedade. Há quem diga que é muito barulho por uma questão envolvendo um campeonato de futebol. Na verdade, é muito mais do que isso. Os palavrões e o “destempero” de Dunga serviram ao menos para mostrar que há muitas vozes gritando do lado de cá da tela. E, nesta semana, essas vozes fizeram tanto barulho quanto as vuvunzelas. A Globo que o diga.
Editorial - Carta Maior
A Globo não está mais falando sozinha no Brasil. A chamada grande mídia não se esgota na Rede Globo, é verdade, mas esta simboliza a hegemonia do modelo midiático concentrador e excludente construído no Brasil ao longo das últimas décadas. A briga envolvendo o técnico da seleção brasileira e o maior conglomerado de comunicação do país deu visibilidade a esse novo cenário. O chamado para um "Dia sem Globo", convocado via twitter para esta sexta-feira, foi um movimento inédito no país, nos termos em que aconteceu. A ordem era não ver o jogo da seleção brasileira contra Portugal pelos veículos da Globo. Moveu ponteiro na audiência da emissora? Nada dramático, segundo os indicadores oficiais de audiência, mas algo parece ter se movido.

O blog Noticias da TV Brasileira divulgou os seguintes números dos índices de audiência das emissoras concorrentes da Globo no horário do jogo desta sexta-feira entre Brasil e Portugal:

“A Band obteve hoje com a transmissão do jogo Brasil X Portugal o seu melhor resultado de audiência até agora na Copa do Mundo: pela prévia do Ibope, média de 13 pontos. Nos dois primeiros jogos do Brasil a média da emissora tinha sido de 10 pontos. O resultado de hoje mais uma vez garantiu à Band o segundo lugar isolado. No horário do jogo, SBT deu 1,1, Record 0,9 e Rede TV 0,1.”

Luiz Carlos Azenha, por sua vez, informou no Vi o Mundo que os números preliminares do Ibope para a Grande São Paulo indicam um aumento na audiência tanto para a Globo quanto para a Bandeirantes em relação ao jogo anterior do Brasil na Costa do Mundo, domingo passado. “Na estreia do Brasil, a Globo cravou 45 pontos, contra 10 da Band. No terceiro jogo, entre Brasil e Portugal, os números preliminares indicam que a Globo obteve 44 pontos de média, contra 13 da Band”. No entanto, o “share” da TV Globo caiu (porcentagem de sintonizados na emissora sobre o número total de televisores ligados), de 75% no primeiro jogo para 72% no segundo e, agora, para 67%. O “share” da Bandeirantes, por sua vez, iniciou com 16%, passou para 17% e chegou a 20% no jogo contra Portugal. Todos esses números, adverte Azenha, são preliminares e se referem apenas à medição automática do Ibope na Grande São Paulo.

Mas a principal novidade desse episódio não é audiência da Globo ou da Bandeirantes, mas sim a exposição pública de um tipo de prática midiática (de manutenção de privilégios) que não era conhecido pela imensa maioria da população. Na terça-feira desta semana começaram a surgir os primeiros relatos (dos jornalistas Bob Fernandes, no portal Terra, e de Maurício Stycer, no UOL) sobre o conflito ocorrido no domingo entre Dunga e a Rede Globo. Segundo esses relatos, Dunga não aceitou dar à Globo acesso privilegiado a jogadores da seleção para a realização de entrevistas exclusivas. Essas entrevistas teriam sido negociadas diretamente pela Globo com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Dunga não gostou e vetou.

A imensa maioria dos jornalistas condenou o modo como Dunga reagiu, proferindo palavrões durante a coletiva após o jogo contra a Costa do Marfim. No dia seguinte, o episódio parecia que ia somar para um suposto aumento do desgaste da imagem de Dunga. Mas não foi isso que aconteceu. A repercussão do caso na internet indicou que a maioria dos internautas estava ficando com Dunga e contra a Globo. As enquetes nos portais esportivos e as seções de comentários nestes espaços mostravam um amplo apoio para o técnico contra a emissora. Ainda na terça,
Internautas começaram a propor um boicote nacional à TV Globo na sexta-feira. Na madrugada de terça-feira, cresceu no twitter o chamado para um #diasemglobo, que convidava as pessoas a verem o jogo entre Brasil e Portugal, sexta-feira, em qualquer outra emissora que não a Globo.

A reação da Globo e de seus parceiros
A alergia à crítica da Globo e de suas empresas parceiras provocou cenas curiosas, como a consulta à distância a psicanalistas para diagnosticar problemas mentais no treinador. Os jornais O Globo, no Rio de Janeiro, e Zero Hora, em Porto Alegre, publicaram matérias quase idênticas.

O primeiro noticiou, dia 22 de junho, em matéria assinada por Fernanda Thurler: “E se o destempero entrar em campo – Psicanalista teme que atitude exaltada do treinador seja incorporada pelos jogadores ”. Na mesma linha, ZH disse, em matéria de Itamar Melo: “Especialistas analisam Dunga”. Praticamente a mesma matéria. Só mudaram os psicanalistas ouvidos. No caso do Globo, Alice Bitencourt e Chaim Katz. A ZH foi de Mario Corso, João Ricardo Cozac e Robson de Freitas Pereira.

O jornalista Leandro Fortes apontou, em seu blog Brasília, eu vi, o surgimento de uma nova era Dunga e uma de suas primeiras conseqüências: o fim do besteirol esportivo. Ele escreveu:

“O estilo grosseiro e inflexível de Dunga desmoronou esse mundo colorido da Globo movido por reportagens engraçadinhas e bajulações explícitas confeitadas por patriotadas sincronizadas nos noticiários da emissora. Sem acesso direto, exclusivo e permanente aos jogadores e aos vestiários, a tropa de jornalistas enviada à África do Sul se viu obrigada a buscar informações de bastidores, a cavar fontes e fazer gelados plantões de espera com os demais colegas de outros veículos. Enfim, a fazer jornalismo. E isso, como se sabe, dá um trabalho danado”.

O fato é que a Globo e as grandes empresas midiáticas não estão falando mais sozinhas e perderam a legitimidade auto-atribuída que os apresentava como porta-vozes dos interesses, anseios e desejos da sociedade. Eles não são esses porta-vozes. O número de porta-vozes da sociedade aumentou significativamente e eles estão se valendo das novas ferramentas tecnológicas para expressar suas opiniões. Há quem diga que é muito barulho por uma questão envolvendo um campeonato de futebol. Na verdade, é muito mais do que isso. Os palavrões e o “destempero” de Dunga serviram ao menos para mostrar que há muitas vozes gritando do lado de cá da tela. E, nesta semana, essas vozes fizeram tanto barulho quanto as vuvuzelas.

Viva a blogosfera II!


O livro Liberdade de Imprensa X Liberdade de Expressão, recém lançado por Venício de Lima, opõe ambos conceitos e Fábio Konder Comparado ressalta no prefácio:

Venício de Lima, ao fazer uma crítica aguda à desorganização dos meios de comunicação de massa, contribui para o debate sobre a necessidade de uma reforma do sistema político brasileiro:
“Não somos uma verdadeira república, porque o bem comum do povo, que os romanos denominavam exatamente res publica, não prevalece sobre os interesses particulares dos ricos e poderosos. Não somos uma autêntica democracia, porque o poder soberano não pertence ao povo, mas a uma minoria de grupos ou pessoas abastadas; o que é a própria definição de oligarquia. Tampouco constituímos um Estado de Direito, porque, com escandalosa frequência, as pessoas investidas em cargos públicos – no Executivo, no Legislativo e até mesmo no Judiciário – exercem um poder sem controle, e logram pôr sua vontade e seus interesses próprios acima do disposto na Constituição e nas leis”.

Comparato também sugeriu para os blogueiros do Instituto Barão de Itararé que a Ordem dos Advogados entrasse no Supremo com uma ADIN (Ação Direta de Inconstitucionalidade) “por omissão” contra o Congresso Nacional. Contra a omissão do Congresso Nacional que desde 1988, não regulamenta os artigos 220, 221 224 da Constituição.

O 220 proíbe a formação de oligopólio na comunicação.

O 221 trata da programação do rádio e da tevê.

E o 224 impõe a instalação de uma Comissão de Comunicação Social.

O Congresso não delibera sobre isso desde 1988.Por que ? Porque a Globo não deixa.

Caso a OAB não o faça, ficou acertado entre representantes da blogosfera - Paulo Henrique Amorim, Luiz Azenha e o Instituto Barão de Itararé, que no Encontro Nacional dos Blogueiros, previsto para ser realizado no mês de agosto, em Brasília, todos irão ao Supremo, a pé, para entregar o ADIN, sugerido pelo professor Comparato.

Esse é um grande passo para a conquista da liberdade de imprensa e de expressão no Brasil, em prol da verdadeira democratização da informação, a qual todos temos direito.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Núcleo da Eleição


Depois de ser ultrapassado por Dilma pela 1ª vez na pesquisa Ibope, Serra reage: escolhe seu vice e só piora a situação!

Com a "feliz" escolha de Álvaro Dias para vice, Serra faz a festa da campanha de Dilma. Como disse o Luís Nassif: "é uma escolha coerente, é a cara de Serra, em lugar de propostas, denúncias, radicalização, dossiês". Além disso foi criada mais uma crise com os aliados estratégicos de direita. Com a palavra o ex-neo-serrista (ex-presidente da UDR e chefe da bancada ruralista) Ronaldo Caiado:

“O poder do Serra de desorganizar as coisas é fora do comum. O Álvaro Dias não acrescenta nada e desagrega muito”.

“Para que ser caudatário de uma candidatura assim? Se na campanha nos tratam assim, imagine depois... Se não tiver um freio de arrumação esse PSDB jamais vai respeitar o Democratas... Não nos podem tratar como um partido satélite”.

“Eu não ganho votos apoiando o Serra. Eu transfiro votos pra ele”.
E ainda o filho do César Maia e presidente dos "demos": "O problema do Serra está no Sudeste e no Nordeste, saíram duas pesquisas. Será que eles não entenderam isso?"
Eles que são "brancos" que se entendam! Ou não?!

Núcleo da Copa XVI

Brasil 0 x 0 Portugal: chaaaaaaaaato!

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Núcleo da Copa XV




Núcleo da Copa XIV


Dunga "humano demasiadamente humano":

"Quero pedir desculpa ao torcedor brasileiro pela minha atitude, a forma como me comportei" (...). "O torcedor não tem nada a ver com problemas pessoais meus. Eu, como todos os torcedores, só quero trabalhar. Peço desculpas. O torcedor não tem que saber de algumas coisas, ouvir algum desabafo meu. Só torcer pela seleção, ser feliz com a seleção. Só quero trabalhar pela seleção e fazer um bom trabalho", repetiu.

"Meu pai não é a primeira vez que está nessa situação. Há muito mais tempo que ele vem sofrendo. Aqui é só mais oportunidade de mostrar tudo o que ele me ensinou. Homem que é homem tem que ter virtude, posição, coerência, dignidade, transparência e pedir desculpa quando erra", disse Dunga.

"Minha mãe... O que estão fazendo com o filho dela não é para fazer com ser humano. Fizeram chacota porque eu disse que ela é professora de História. E o que ela ensinou é que tem que ter amor pelo nosso país, tem que ser patriota. E temos que lutar. A adversidade só vai fazer com que a gente cresça."

Núcleo da Copa XIII: Musas da Copa

























quarta-feira, 23 de junho de 2010

CNI / IBOPE: Dilma cresce, ultrapassa Serra e Lula agrada cada vez mais



Hoje a CNI/IBOPE apresentou mais uma pesquisa eleitoral e de avaliação de governo. Novamente, confirmou-se a trajetória ascendente de Dilma Roussef. Para o desespero total dos demotucanos e do PIG, o grau de aprovação e confiança no Presidente Lula, batem novo recorde. Veja algumas conclusões dos pesquisadores.

Avaliação do Governo
• A avaliação positiva do governo Lula permanece com o mesmo percentual registrado em março, recorde da série: 75% consideram o governo “ótimo” ou “bom”.

• A aprovação à forma como o presidente Lula governa atinge nível recorde de 85%, dois pontos percentuais acima da rodada de março.
• Confiança no presidente também é recorde: 81% confiam em Lula, quatro pontos acima da rodada anterior.
• Na comparação entre o primeiro e o segundo mandatos, o quadro é de estabilidade: os mesmos 49% consideram o atual mandato melhor do que o anterior.


Pesquisa Eleitoral
• A candidata do PT, Dilma Rousseff, assume pela primeira vez a dianteira na corrida presidencial, de acordo com a pesquisa CNI/Ibope.
• Na lista em que aparecem apenas os três concorrentes mais bem colocados, Dilma atinge 40% das intenções de voto, sete pontos a mais do que em março; Serra recua três pontos e tem 35%. Marina
chega a 9%.
• Na simulação de segundo turno, a situação se inverte em relação a março e a candidata do PT também aparece na frente pela primeira vez: Dilma tem 45% e Serra, 38%.
• Cai o percentual de brasileiros que afirma preferir votar num candidato apoiado pelo presidente Lula: são 48% agora, contra 53% em março.
• Quase três quartos da população já sabem que Dilma Rousseff é apoiada pelo presidente Lula.











Para ver a pesquisa completa clique aqui.

Núcleo da Copa XII



Dunga x Globo: Na Internet, Dunga ganha apoio contra a Globo
Jornalistas relatam que briga entre Dunga e Rede Globo deveu-se ao fato do treinador da seleção brasileira vetar o privilégio da concessão de entrevistas exclusivas de jogadores para a Globo. Entrevistas teriam sido negociadas pela Globo com presidente da CBF, Ricardo Teixeira. Dunga não gostou e vetou. Repercussão do episódio indica que a maioria dos internautas está com Dunga e contra a Globo. Cresce no twitter campanha de boicote à Globo na transmissão de Brasil e Portugal na próxima sexta-feira.

"E olha que estou tentando ajudar"



O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) confidenciou a interlocutor de sua mais absoluta confiança que tem sérias dúvidas sobre a possibilidade de José Serra (PSDB-SP) vencer a eleição presidencial, "E olha que estou tentando ajudar", declarou FHC em tour pelo exterior. É o que informa a coluna de Mônica Bergamo, publicada na edição desta quarta-feira da Folha de S. Paulo.
No início de junho, convocada por FHC, a cúpula do PSDB se reuniu em São Paulo para pregar uma correção de rumo da campanha de Serra à Presidência.
O risco de desgaste com a demora na definição da vice é alvo de apreensão do grupo. A falta de diálogo e recentes rompantes de Serra também estiveram em pauta. Todos cobram informações sobre a campanha.
A avaliação foi a de que Serra deveria dedicar mais atenção aos aliados e à montagem de palanques, em vez de desperdiçar energia com a rotina da campanha.
Eles que são "brancos" que se entendam! Ou não?!

O que está em jogo nas eleições de 2010



Em quatro meses o Brasil terá decidido quem será o próximo(a) presidente(a). Destaca-se muitos aspectos da particularidade desta campanha, desde o de que Lula não será candidato, pela primeira vez, desde que o fim da ditadura trouxe as eleições, até o do protagonismo de duas mulheres entre os três principais candidatos.
Mas o tema mais importante é o do julgamento de um governo até aqui sui generis na história política do país. Um presidente de origem operária, imigrante do nordeste, chega ao final do seu mandato com a maior popularidade da história do país e submete democraticamente seu governo a uma consulta popular, mediante a apresentação como sua possível sucessora da coordenadora do seu governo.

Um governo que começou rompendo o caminho do Área de Livre Comércio das Américas, conduzido pelo governo anterior, que teria levado o Brasil e todo o continente à penosa situação do México: 90% do seu comércio exterior com os EUA, como reflexo disso na crise retrocedeu 7% seu PIB no ano passado, foi ao FMI de novo, assinando a Carta de Intenções (deles).
O novo governo promoveu uma reinserção internacional do Brasil, privilegiando os processos de integração regional e as alianças com o Sul do mundo. A China tornou-se o primeiro parceiro comercial do Brasil, o segundo é a América do Sul como um todo, em terceiro os EUA. A crise revelou os efeitos dessa mudança: pudemos superá-la rapidamente pela diversificação do comercio internacional e a menor dependência das relações com os EUA, a Europa e o Japão. (Além do papel importante do mercado interno de consumo popular.)

Esse é um dos temas que está em jogo: o lugar do Brasil no mundo. Seguir aprofundando essa nova inserção ou voltar à aliança subordinada com os EUA e as potências centrais do sistema.
O outro tema – em que igualmente houve maior mudança na passagem do governo FHC para o de Lula: as políticas sociais. No governo anterior, a distribuição de renda seria resultado mecânico da estabilidade monetária. Controlada a inflação – “um imposto aos pobres” -, se recuperaria capacidade de compra dos salários.

No governo Lula, as políticas sociais tiveram um papel reitor. O modelo econômico não separava o crescimento econômico e a distribuição de renda. A recuperação da capacidade do Estado de promover o desenvolvimento – este um tema abolido no governo FHC – foi também um aspecto novo, junto à extensão do mercado interno de consumo de massas. Mudou a direção do comercio exterior e seu peso, reforçando-se o mercado interno.
Esse tema também está em jogo. Os governos neoliberais deram prioridade ao ajuste fiscal, ao controle inflacionário. O governo Lula priorizou a esfera social.

Está em jogo também o papel do Estado. Como costuma acontecer, o candidato opositor considera excessiva a presença do Estado, a carga tributária, os gastos estatais, os investimentos e os custos da maquina estatal. As criticas ao supostos “corporativismo” e a comparação com Luis XIV tem como direção o Estado mínimo e a presença maior do mercado.

No seu sentido geral, podemos dizer que as eleições deste ano definem se o governo Lula é um parêntese, com o retorno das coalizões tradicionais que governaram o Brasil ao longo do tempo ou se é uma alavanca para definitivamente sair do modelo neoliberal e construir uma sociedade justa, solidária, democrática e soberana. Caso se dê esta última alternativa, os setores conservadores sofrerão uma derrota de proporções, com toda uma geração dos seus representantes políticos praticamente terminando suas carreiras e abrindo espaço para grandes avanços na direção das orientações do governo Lula.

Emir Sader

terça-feira, 22 de junho de 2010

Núcleo da Copa XI


Isso que dá bancar o otário e "dar moral" para mané: bem feito!

"Porta de saída" com dignidade



Aumento de renda faz 2,2 milhões de famílias saírem do Bolsa Família
De acordo com o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) até janeiro deste ano mais de 4,1 milhões de famílias tiveram o benefício do Programa Bolsa Família cancelado. O principal motivo do corte é a renda per capita familiar superior à renda mínima estabelecida pelo programa. Mais de 2,2 milhões de famílias (54% dos casos) abriram mão do benefício ou tiveram o auxílio suspenso pela elevação da renda.

Toda família com renda mensal por integrante de até R$ 140 tem direito ao benefício. O valor varia conforme o tamanho da família, o número de crianças e adolescentes na escola. O auxílio vai de R$ 22 a R$ 200 por mês.

Para o governo, os pedidos de cancelamento mostram que o programa tem porta de saída. “Sempre teve”, comentou secretária nacional de Renda e Cidadania, Lúcia Modesto, quando o ministério divulgou o perfil das famílias beneficiadas pelo programa em 31 de maio. A professora Célia de Andrade Lessa Kerstenetzky, do Centro de Estudos Sociais Aplicados, Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense (UFF) pondera que é “incontestável” que há uma saída, mas “o significado dela é menos claro”. Ela “especula” que a razão principal para a saída do programa deva estar relacionada com a melhoria no mercado de trabalho, “essa hipótese parece forte, dadas as evidências de crescimento da renda e do emprego”.

Na avaliação do economista Serguei Soares, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a porta de saída do programa é o crescimento econômico. “Ótimo que essas pessoas conseguiram sair, espero que outras consigam também, mas não vai ser pelo fato de que alguns conseguiram sair que a gente pode ter um acento ejetor ou vá responsabilizar o MDS pelas saídas. Essas dependerão do crescimento econômico”, comentou.

Atualmente, 12,6 milhões de famílias recebem um total de R$ 1,1 bilhão do programa. A meta do governo é chegar a 12,9 milhões de famílias até o final do ano e atingir grupos vulneráveis ainda não alcançados como os moradores de rua.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Núcleo da Copa X


Já que estamos no frenesi futebolístico, meu amigo Gustavo Carvalho já prestou as devidas homenagens (mais que merecidas), e, apesar da chateação (com toda razão) de Dunga ter dominado os noticiários globais hoje, reproduzo o texto do site Conversa Afiada, porque acho que traduz a insensatez do cala a boca, Galvão!

"O cala a boca Galvão agride o espectador com a sua máquina bombástica de lugares comuns – segundo o New York Times. E se sente no direito de governar a seleção. Toda a Globo se acha no direito de governar a seleção. O cala a boca Galvão, por exemplo, acha que a expulsão do Kaká foi “desnecessária”. E que o Dunga errou porque não o tirou antes de ser expulso. Claro, o Dunga não deveria ter escalado o Kaká – um jogador imaturo, irresponsável, que prejudicou o time, porque se deixou levar pelas provocações. Isso poderia ter acontecido aos 5’ do primeiro tempo. A culpa seria do Dunga ? O cala a boca Galvão e seus inúteis comentaristas espinafraram a seleção até o primeiro gol do Luis Fabiano. O torcedor precisa ter certeza de que a seleção está bem – era uma das teses estapafúrdias que se ouviam. E aí, depois do primeiro gol do Luis Fabiano, naquela linguagem pré-rústica, o cala a boca Galvão começou a dizer que o Brasil só joga bem por causa da “individualidade” e, não, da “coletividade”. Ou seja, o Dunga, o responsável pela “coletividade”, não presta. A Globo sempre quis derrubar o Dunga. A Globo perdeu o controle da seleção. O Dunga não é o Zagalo. O Dunga não é o Parreira. Zagalo e Parreira estão para a Globo como o Fernando Henrique. Só que mudou o técnico e mudou o Presidente. O Brasil mudou e só a Globo ainda não percebeu. A Globo não está mais com aquela bola toda. O Lula é presidente contra a Globo e o Dunga, técnico da seleção, contra a Globo. O Dunga não deixa a Globo entrar no quarto do Ronaldinho Gaucho quando a Globo precisa. Não dá folga ao Adriano, o Imperador, para encher o espaço dos jornais da Globo. Não deixa a Globo escalar jogador, como nos bons tempos do Ronaldo, o Fenômeno, compadre do cala a boca Galvão. Foi preciso o Dunga explodir na coletiva depois do jogo, para isso ficar muito claro! E a Globo fazer um editorial no ar e dizer que “torce pelo Brasil”. Como é que é isso ? “Torce” ?A Globo “torce” ? Com que direito a Globo “torce” ? Se tem o direito de “torcer” tem o de “distorcer”. O cala a boca Galvão e a tentativa de derrubar o Dunga são patrocinados pelo Itaú, a Coca-Cola, a Brahma, a Oi, a Olympikus e a Fiat. Eles também são contra o Dunga ? Também acham que os jogadores devem ter folga, cair na gandaia e depois aparecer com cara de santinho para a Fátima Bernardes fazer aquelas entrevistas de escola maternal ? Além de ganhar do Bradesco, o Roberto Setúbal também quer escalar a seleção ? O Roberto Setúbal acha que o Dunga tinha que ter tirado o Kaká antes ? O Itaú, a Fiat, a Coca-Cola, a Olympikus, a Oi e a Brahma acham que o torcedor é burro e ainda não percebeu que a Globo é contra o Dunga ? Vocês também são ? Vocês gostam de aquela máquina bombástica de dizer lugar comum infernizar o espectador ? Aquela máquina de dizer lugar comum associar a marca de vocês à falta de informação ? Não dar o nome de um jogador do time adversário ? Atormentar a paciência do povo brasileiro com observações do tipo “o juiz tem que ter o controle do jogo, de um lado e de outro” ? Seria muito bom se o Brasil fizesse outro gol. O que vocês acham disso: que bom seria se o Brasil fizesse outro gol, não, Setúbal ? Vocês pagam por isso ? O que vocês acham de a marca de vocês ficar associada ao Galvão ? E se o Dunga ganhar a Copa ? Como é que fica ? O Roberto Setúbal quer que o Itaú seja o banco que não gosta do Dunga ? Cuidado com o Bradesco, Roberto !

domingo, 20 de junho de 2010

Homem gol


Umbabarauma, homem gol
Joga bola, joga bola, corocondô.

Pula pula, cai, levanta, sobe e desce, corre, chuta, abre espaço, vibra e agradece
Olha que a cidade toda ficou vazia nessa tarde bonita só para te ver jogar.
Umbabarauma, homem gol

Joga bola, joga bola, jogador
Joga bola, joga bola, corocondô.
Rererere, jogador
Rererere, corocondô

Tererê, Tererê, Tererê, Tererê, Tererê, Homem Gol
Tererê, Tererê, Tererê, Tererê, Tererê, Homem Gol
Umbabarauma, homem gol

Essa é a história de Umbabarauma, um ponta de lança africano
Um ponta de lança decidido
UmbabaraumaBaba baba baba baba bara ra umbabauma ae babá
Umbabarauma quero ver você jogar
Umbabarauma quero ver você marcar

A galera quer sorrir, a galera que cantar
A galera tá feliz, ela quer comemorar
Umbabarauma

Umbabarauma quero ver você jogar
Umbabarauma quero ver você marcar
Arerê, Arerê, Arerê Bapá
Arerê, Arerê, Arerê Bapá
Ponta de lança africano, quero ver a rede balançar
A galera quer sorrir, a galera que cantar
A galera tá feliz, ela quer comemorar

Umbabarauma, homem gol

Futebol e poesia.







“Há no futebol momentos que são exclusivamente poéticos: trata-se dos momentos de gol. Cada gol é sempre uma invenção, uma subversão do código: cada gol é fatalidade, fulguração, espanto, irreversibilidade. Precisamente como a palavra poética. (...) O futebol que exprime mais gols é o mais poético. O drible é também essencialmente poético. De fato, o sonho de todo jogador (compartilhado por cada espectador) é partir da metade do campo, driblar os adversários e marcar. Se, dentro dos limites permitidos, é possível imaginar algo de sublime no futebol, trata-se disso. (...) Quem são os melhores dribladores do mundo e os melhores fazedores de gols? Os brasileiros. Portanto o futebol deles é um futebol de poesia e, de fato, está todo centrado no drible e no gol.”[1]
[1] Artigo escrito por Pasolini para Il Giorno em 03/01/71, ainda sob o impacto da vitória da Seleção Brasileira sobre a Itália na conquista do tricampeonato mundial no México.