terça-feira, 8 de junho de 2010

Sobre a "ultima peça".

FALTOU COMBINAR COM OS MINEIROS!
A quem interessa o degaste de Fernando Pimentel, pré-candidato do PT mineiro ao Senado confirmado hoje (conforme nota do companheiro Gustavo Carvalho postada abaixo)?
Estranho que, apesar da disciplina manifestada nas declarações reproduzidas por este blog - porque nenhum argumento racional além da chantagem do PMDB justifica, a partir das pesquisas realizadas pelos dois partidos em MG, a decisão da aliança em caminhar com um candidato que não traz nenhum signo de renovação e não une nem seu próprio partido, como o Senador Hélio Costa - o PIG traga em suas manchetes nos matutinos de ontem uma articulada ofensiva contra o ex-prefeito de Belo Horizonte.
Será porque Pimentel é um símbolo de vanguardismo, onde o PT fugiu da disputa paroquial pelo poder com o PSDB em SP e produziu um ensaio de pluralidade que pode ser útil ao interesse nacional na eleição de Márcio Lacerda? Ou será porque um petista mineiro com influência na campanha e num provável governo de uma petista gaúcha seja algo que assuste a hegemonia dos cardeais paulistas bem representados por seu domesticado presidente nacional, que tem domicílio eleitoral no nordeste?
São respostas que não teremos agora, graças ao bom senso e à responsabilidade de Pimentel, fritado e enquadrado disciplinadamente frente a estranha coincidência de interesses do PIG, de Rui Falcão e de Palocci - que se credencia a reassumir o papel de Rasputin num provável governo Dilma.
Só espero que isso não se dê a custa do interesse do povo mineiro. Felizmente a nossa candidata, antevendo o desastre numa articulação onde atuou com proeminência o abominável Wellington Salgado de Oliveira, alimentou semanas atrás a possibilidade da composição informal que batizou de Anastadilma!

7 comentários:

Gustavo Carvalho disse...

Camarada Fabito, mesmo tendo dúvidas com relação ao "vanguardismo" e ao "ensaio de pluralismo" alegado por vóis micê nesse convergência (pontual) entre PT e PSDB, concordo com os custos regional desse alinhamento de ferro ao projeto nacional. Contudo, a disputa a hegemonia envolve aquilo que FHC chamou de "liderança do atraso". Portanto, a aliança do PT com PMDB além de ser de ordem tático-eleitoral é um projeto estratégico com o próprio campo político (seus profissionais [Bourdieu]) e centro! Ou seja, temos que pagar o preço...
Abç

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Temo que os "aliados", já devidamenete adjetivados pelo deputado Ciro Gomes (PSB), não compreendam bem o sentido de "estratégico" ou o confundam com alguma negociata!
Compreendo sua lógica pragmática imediata, a mesma que orientou FHC e Serra aos braços dos "demo" e que determina a lógica da direção nacional, acatada por Pimentel...
Mas creio que, num futuro próximo, um projeto estratégico radicalmente republicano deva nos conduzir ao diálogo com um centro mais moderno e com mais senso ético - como Aécio. Salgado de Oliveira é o cúmulo!!!!!
Espero que não planejem "pagar o preço" para sempre!
Abs.

Anônimo disse...

Essa de estratégia "republicana" é dose de engolir, professor!

Eu poderia citar outros milhões de acordos e enquadradas, devidamente legoitimados, por outras tendêncais e segmentos partidários.

O problema é que o diabo são sempre os outros.

Esse tipo de exposição pública das vísceras partidárias, recheada de reesentimento, ajuda muito mais ao outro lado.

Opa, mas esse papel irascível inconseqüente não é o meu, e o seu não é o do conciliador que é capaz de enxergar virtude onde ela pouco aparece, ou aparece camuflada?

Tempos estranhos esses, não?

Em tempo: uma vez ouvi de alguém que não me recordo, que o blog do Núcleo não se prestaria a esse tipo de desserviço ao PT. Mas, como já disse, tempos outros, tempos estranhos...

Um fraternal abraço.

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Meu Carísimo "Anônimo",

Imagino que o sentido da assertiva ouvida e citada por você - apesar do "lapso de memória", que acato a fim de preservar o interlocutor - referia-se à lógica da responsabilidade do núcleo em preservar a unidade do Diretório local, compromisso que permanece intacto. No que se refere à tática eleitoral nacional do próximo pleito, como filiado me sinto responsável e no direito de debater com franqueza os compromissos eleitorais que podem resultar em constrangimentos no curso do projeto representado pela candidatura Dilma. Não se trata de ressentimento! O debate sobre ética e política é algo que precisa ser feito de forma transparente no PT nacional, para evitar problemas já vividos no passado. E assim como a unidade partidária é também fundamental para o projeto local que pretendemos construir junto a outros atores independentes na cena local, como PV, PCdoB e PPS.
Quanto à capacidade de conciliação e de enxergar "virtude" onde ela possa rarear, creia: no caso de Salgado de Oliveira é IMPOSSÍVEL ver qualquer virtude, nem mesmo coberto de flores!
Grande abraço!

douglas da mata disse...

Caro Fábio,

Me desculpe por ter postado como anônimo. Saiu errado. Eu assino o que disse, embora isso pouco mude o sentido das palavras ou de suas respostas.

Sigamos no debate:

Eu, embora respeite muitíssimo seu julgamento, não percebo um parâmetro JUSTO(para não incorrer na indelicadeza de dizer não confiável)para balisar esse ou aquele aliado estratégico.

Não participo de cruzadas "moralistas republicanas", não porque desmereça o sentido de uma ética de comportamento na política, mas porque as vejo como improdutivas e incoerentes com nossos propósitos.

Esse figurino veste bem melhor na democracia cristã neoudenista. Campo político no qual nunca te situei.

Vejo sua lamentação(até justa)muito mais como um reflexo do embate interno(necessário e importante)do Partido do que uma concepção de tática e estratégia eleitoral.

Sua solidariedade com o Pimentel é sincera. Mas inócua. Ele mesmo se submeteu e apostou no jogo. Não dá para chorar porque perdeu. Construisse então as condições políticas para se impor.

Repito, alguém já imaginou o Tarso Genro sem candidatura no RS?

E por lá, vc acha que aliados não serão admoestados a aderir a nossa candidatura, mesmo que pelos mesmos "meios" que vc condenou por desfavorecer alguém ou uma posição política, que nesse caso, lhe é cara?

Mas não se preocupe, não relativizarei tudo, pois sei que a pior forma de autoritarismo é a relativização absoluta.

Um abraço.

douglas da mata disse...

PS: só para clarear a memória, sem ilações ou ataques desnecessários,

Por mais de uma vez já vi vc defendendo alianças com o setor canaivieiro escravocrata da região.

Ora, ora, ora, como cada qual escolhe legitimar o que lhe interessa, digo sem medo: isso sim, é inaceitável!

Fraternal abraço

FÁBIO SIQUEIRA disse...

Só para esclarecer quem acompanha os comentários que suscitaram este post:
O meu querido amigo Douglas insiste em classificar como "setor canavieiro escravocrata da região" pequenos e médios plantadores de cana. É com esse segmento que tenho politicamente a perspectiva de parceria e fomento, até mesmo em função da importância desta cultura na economia local.

Para além disso, não acho possível para quem considera a disputa pelo poder nesta cidade descartar o diálogo com lideranças empresariais oriundas do setor sucroalcooleiro, em que pese a censura e a denúncia a práticas ilegais praticadas por algumas usinas. É obrigação de um sindicalista defender a responsabilização e a punição de quem infringe as leis trabalhistas.
Agora, uma coisa é escolher os aliados mais convenientes num contexto político, local ou regional, outra é se negar a dialogar institucionalmente com setores diferentes da sociedade civil!

Grande abraço.