segunda-feira, 7 de junho de 2010

O vaticínio de Beckenbauer






Franz Beckenbauer, embora praticasse um futebol elegante, faz jus ao pragmatismo do futebol praticado ao estilo alemão. Em entrevista publicada ontem no O Estado de S. Paulo, o "Kaiser" foi categórico ao analisar a atualização-padronização do "jogo de bola" contemporâneo (inclusive o brasileiro):

"Quando o mundo pensa sobre o futebol brasileiro, a imagem que ainda que se tem é de Pelé, Rivellino e uma seleção fantástica. Mas vamos ser honestos de uma vez por todas e deixar as coisas bem claras. O futebol que eu e Pelé jogamos não existe mais. Não podemos ter mais ilusões. O que nós jogamos existe apenas no passado. Não é bom ou ruim. É apenas a realidade.
(...)
Há 40 anos, quando entrávamos em campo, apenas pensávamos em uma coisa. Como levar a bola até a linha do gol adversário pela forma mais curta possível. Essa era, na essência, a tática. Portanto, tínhamos muita liberdade e o talento de cada jogador aparecia como a principal arma de um time. Hoje a tática ganhou. A bola passa de pé em pé várias vezes e de um lado para o outro para que se avance. E o que eu tenho percebido é que todos jogam assim. Essa Copa será marcada pela falta de uma surpresa no sentido tático. O futebol se globalizou e, com isso, observamos uma harmonização da maneira de atuar das seleções. Essa será uma Copa em que todos atuarão com a tática predominando. Talvez seja a primeira que teremos todas as 32 seleções agindo de forma quase igual."

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