Em alguns posts abaixo, eu e o meu querido companheiro Gustavo Carvalho dialogamos sobre a definição do quadro eleitoral em Minas e o significado deste desfecho para a democracia interna do PT, a práxis republicana e o futuro do projeto nacional capitaneado pelo partido.
Compreendo perfeitamente as ponderações de meu estimado interlocutor e parceiro de luta política sobre o "preço a se pagar" no tabuleiro da tática eleitoral que nos torna, na atual conjuntura, alvo das chantagens do ajuntamento de interesses - mais ou menos nobres - políticos regionais que responde por PMDB. O companheiro Fernando Pimentel também agiu de acordo com esta consciência do inexorável. Mas o desconforto que isto deve nos causar fica evidenciado na recusa do companheiro Patrus Ananias, ex-Ministro e ex-Prefeito de Belo Horizonte, em compor chapa com Helio Costa.
Assim, após o Rio e Minas, entra na ordem do dia o caso do Maranhão, onde o PT estadual aprovou aliança em torno da pré-candidatura do Deputado Federal Flávio Dino (PCdoB-MA). Desta vez, ao menos, nós fluminenses não somos os únicos bois de piranha dos companheiros paulistas!
A canga que está para ser imposta aos petistas do Maranhão em favor de um oligarca como Sarney e contra a qual o companheiro Domingos Dutra(PT-MA) se propõe à uma greve de fome, é mais uma fatura cobrada na forma de chantagem pelos "companheiros" do PMDB que não manifestam qualquer reciprocidade, já que não são capazes de na mesma forma enquadrar rebeldes como Quércia e Gedel, que operam ostensivamente contra candidaturas petistas respectivamente em São Paulo e na Bahia - onde inclusive Jaques Wagner é candidato à reeleição! Convenhamos caro Gustavo, a conta a que se propõem a pagar os companheiros da direção nacional é muito alta e não apresenta contrapartidas regionais.
Pode-se contudo argumentar que está em curso uma operação para reforçar a bancada petista de Dilma no Senado. Vejamos então como se comportam as máquinas pemedebistas do Rio e de Minas em favor das eleições de Lindberg e de Fernando Pimentel frente o favoritismo de César Maia e de Crivela aqui e de Aécio e Itamar em Minas!
É esperar e conferir, contando ainda que os cardeais petistas se empenhem em fazer o dever de casa, elegendo Mercadante em seu Estado. Muito embora, frente às perspectivas quase inevitáveis de fluminenses, mineiros e maranhenses em terem de se contentar com governadores como Cabral, Hélio Costa e Roseana Sarney, não deve ser o quinto dos infernos mais uma gestão Alckimim!
Um comentário:
Companheiro Fábio,
Eu posso estar enganado, aliás como de costume. Mas, hoje, como prefiro ser relógio funcionando(que se torna obsoleto a cada segundo)a marcar hora certa duas vezes no dia, porque está parado, vai aqui meu palpite:
1. É lógico que não se divide poder, mas o PT nacional parece ter acordado que governos estaduais não são o alvo principal para estabilizar os oito anos de mandato da Dilma.
2. Governadores têm cada vez menos ascenção sobre a eleição parlamentar e na composição e atuação dessas bancadas no Congresso, pois é só ver como anda a influência dos governadores nas votações e eleições proporcionais.
3. Assim governos do estado só ficam com a parte podre: polícia e educação.
4. O eixo de poder é União-Município, onde se calca o próprio PMDB, por exemplo, e que reseulta, aí sim, em uma capilaridade que lhe dá vantagem na competição e peso em todas as esferas e inclusive na disputa pelos executivos estaduais.
5. Como a questão da estabilidade passa pelo Congresso, o comando deciciu sacrificar o máximo para: a)faturar no primeiro turno a eleição da Dilma; b)construir a maior bancada possível
6. O comando da campanha não vai ceifar quem já se estabeleceu, mas a hierarquia nos pareceu bem definida: é tudo por Dilma no 1º turno, com bancada forte.
Lembre que o eixo de poder estará deslocado, pois a presidente é gaúcjha. A concentração de política nos governos estaduais favorece sempre SP, e isso, o próprio Lula parace convicto de querer mudar como um legado: esvaziar SP e sua simbologia na Federação, pelos municípios, pelo Nordeste, por Minas e pelo Sul.
O Rio, por nossa indigência política crônica, é só efeito colateral.
Um abraço.
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