Em homenagem ao centenário do Dia Internacional da Mulher (08 de março), recorremos ao talento poético do mestre dos mestres. Dostoiévski, em Os Irmãos Karamázovi, faz Dimitri explicar para o seu irmão mais novo, Alieksiéi, a natureza de sua paixão por Gruchenka. Esse é o contexto da seguinte narrativa:
"Que Deus te preserve de pedir alguma vez perdão a uma mulher amada! (...) Porque a mulher, meu irmão, quem diabo sabe o que é? Eu, em todo caso, conheço as mulheres! Tenta pois reconhecer teus erros: 'É culpa minha, perdão, desculpa-me', sofrerás um saraivada de censuras! Jamais um perdão franco, simples; começará por humilhar-te, envilecer-te, censurar-te-á agravos imaginários, só então te perdoará. E ainda é a melhor dentre elas! Não te perdoará as menores coisas. Tal é a ferocidade de todas, sem exceção, desses anjos sem os quais não conseguimos viver! (...) Não, reparei meus agravos a Gruchenka, mas sem pedir-lhe perdão. Venero-a mas pensa que nunca a amo bastante. Antes, sofria eu com suas sinuosidades pérfidas, agora formamos uma só alma e por ela tornei-me um homem. Ficaremos juntos? Se não, morrerei de ciúme..."
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