O caderno de economia do O Globo de hoje traz dados de duas pesquisas que, se relacionadas, sintetizam um dos maiores dilemas estruturais da sociedade brasileira: a relação entre os custos sociais da educação e as oportunidades de trabalho e renda. A 1ª reportagem baseada na pesquisa Inova sobre Indicadores de Valores e Atitudes, com o título "trabalho, estabilidade e patriotismo", revela (para a surpresas dos analistas!) o perfil do brasileiro como um povo trabalhador (em busca de trabalho formal e estabilidade) e patriota. A 2ª desdobra os dados do Instituto Paulo Montenegro sobre o Indicador de Alfabetismo Funcional e sobre a escassez de trabalhador qualificado.
De acordo com o Ministério do Trabalho: o país só conseguirá qualificar em 2010 um milhão dos quatro milhões trabalhadores exigidos pela economia em crescimento. "O mais grave é que não se trata apenas de preparo técnico ou especializado. Só 25% dos brasileiros dominam a escrita, a leitura e a matemática para se expressar e entender o que está a sua volta no contexto econômico e tecnológico atual."
O Governo Lula mudou a agenda nacional com políticas públicas que forteleceram as instituições e ampliaram o acesso. Além de valorizar a universidade pública, com a multiplicação de novas unidades e melhoria salarial, e reformular da rede de educação profissional, o governo do PT buscou integrar a educação no desenvolvimento econômico da sociedade brasileira. Contudo, isso tudo não parece suficiente, pois o desafio é tão grandioso que somente uma revolução das prioridades nacionais pode fazer diferença.
O que fazer?
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