O zelo dos nossos vereadores campistas com o bem público já chamava atenção desde priscas eras, quando ainda éramos a Vila de São Salvador... não tínhamos ainda o casal garotinho e o garotinhismo disseminado na política e na sociedade de nossa planície.
Já no ano de 1785, o Capitão de Infantaria Manoel Martinz do Couto Reys descrevia sucintamente a situação das Câmaras das Vila de São Salvador e Vila de São João da Barra:
Já no ano de 1785, o Capitão de Infantaria Manoel Martinz do Couto Reys descrevia sucintamente a situação das Câmaras das Vila de São Salvador e Vila de São João da Barra:
"A sua política é a mais perniciosa, podendo nelas mais o respeito dos homens poderosos que o Zelo do bem publico (...).
Nas eleições dos que hão de servir nos ofícios públicos, é aonde se conhece claramente o clandestino procedimento dos Senadores [vereadores], atendendo mais as paixões próprias, e interesse particular, que o adiantamento da Pátria; por essa causa é o seu ponto objetivo introduzir nos ditos ofícios as pessoas do seu séquito, sejam ou não capazes de exercitá-los, para que tendo as vantagens, possam melhor desempenhar os seus intentos e praticara as violências, que deterioram o comum da Sociedade.
Nas eleições dos que hão de servir nos ofícios públicos, é aonde se conhece claramente o clandestino procedimento dos Senadores [vereadores], atendendo mais as paixões próprias, e interesse particular, que o adiantamento da Pátria; por essa causa é o seu ponto objetivo introduzir nos ditos ofícios as pessoas do seu séquito, sejam ou não capazes de exercitá-los, para que tendo as vantagens, possam melhor desempenhar os seus intentos e praticara as violências, que deterioram o comum da Sociedade.
(...) Finalmente, são tantas as lesões que se conhecem nestas Câmaras, que para referí-las seria necessário formar um grande volume."
(Descrição "Geographica, Pulitica e Cronographica do Districto dos Campos dos Goaitacaz" (sic), 1785)
Se atualizássemos o vocabulário, talvez não precisasse de mais nenhum reparo... a não ser o do tamanho do volume que deveria ser muito, muito maior do que o previsto pelo espantado Capitão.
(Descrição "Geographica, Pulitica e Cronographica do Districto dos Campos dos Goaitacaz" (sic), 1785)
Se atualizássemos o vocabulário, talvez não precisasse de mais nenhum reparo... a não ser o do tamanho do volume que deveria ser muito, muito maior do que o previsto pelo espantado Capitão.
10 comentários:
Como um blog que representa um partido, ou parte de um partido, aguarde de vcs algum post ou comentário sobre o que saiu do partido de vcs nos jornais.
Um grande abraço.
Caríssimo Brand,
Bom saber da sua atenção desperta para acompanhar os comentários sobre o PT nos jornais (local, nacional ou internacional).
Meu camarada Renato Barreto gosta de dizer que "não devemos bater palmas pra maluco dançar." Concordo plenamente. Não dá para ser pautado pelos PIG da planície e , cá entre nós, não dá mais para ficar mordendo isca de peixe podre.
No que diz respeito aos jornais locais acho que, na maioria... quase totalidade das vezes, não merecem sequer comentários. De um lado, temos um jornal do partido garotinhista. Do outro, um jornal que queria ser partido através de delírios patéticos de surtado aditivado.
Meu pai me ensinou que "quem fala demais acaba dando bom dia à cavalo ou contra-argumentando zurrada".
Pela sua preocupação fico na expectativa de ver você chamar esse partido de nosso.
Saudações Petistas
Caro Gustavo,
Como não sou filiado, usei o termo “partido de vcs”, não quis colocar-me num lugar que não estou oficialmente, mas me sinto lisonjeado com sua correção e concordo com ela. Só não concordo com a estratégia de vcs de não encarar esse debate, respeito a escolha, mas não concordo.
Acredito que o debate é a única arma que tenho ou que tenhamos para lutar nesta guerra, assim aceitar provocações no debate é o que eu mais quero, o que eu não quero é a ausência do debate.
Imagino e espero que vcs devem ter outra estratégia para Campos, que eu não sei qual é, vcs conhecem a cidade e sua política melhor do que eu. Pq com o pouco que eu conheço achar que o Pig local não é um inimigo para quem almeja um projeto alternativo para essa cidade, ou age ingenuamente ou covardemente.
Um abraço.
Caro Brand, permita-me um aparte, pois como membro ativo do Núcleo e do Blog fui instado ao debate. Desde a "dialética do senhor e do escravo" (Hegel) sabemos que mesmo a relação social mais potencialmente antagônica envolve um pathos interdependência/reconhecimento. Uso esse argumento para chamar atenção para o fato de que toda luta só pode ser vencida se entendermos os termos pelos quais a disputa é travada. Para simplificar: aquilo que parece ser uma atitude épica, de coragem olímpica e destemida, pode ser somente o ato desesperado de um ator prisioneiro de sua hibris e pautado permanentemente pelo adversário. Além disso, quando subordinamos os fins estratégicos da ação à atitudes reativas erráticas e, ao mesmo tempo previsíveis, nos inviabilizamos como atores coletivos. Aí sim reforçando todo tipo de messianismo autoritário e no fundo, ridículo! (Um pouco de autocrítica socrática teria uma grande função terapêutica ...) Como não temos a ilusão da ingenuidade nem acreditamos na gramática moral dos termos da sua análise, sugiro que vóis micê diversifique as suas fontes de informação e torne mais complexa a sua percepção do jogo.
Grato pela participação qualificada!
Salve Brand,
Concordo com você que a disposição para o debate e a explicitação dos projetos são fundamentais.
Também concordamos que o Partido da Imprensa Golpista não é um parceiro
na construção de uma alternativa para a cidade. O PIG deve ser considerado inimigo e que seria ingenuidade ou covardia não fazê-lo.
Mas parece que discordamos em alguns pontos. Acho péssima a estratégia de ficar respondendo pontualmente qualquer sandice que aparece num jornal ou num blog encoleirado de um jornal.
Explicitamente o interesse é criar ou aprofundar embaraços entre militantes do partido. Cair nessa armadilha tola é uma grande, imensa ingenuidade ou, tavez, insanidade. Isto é fazer exatamente o que queria o PIG. Se isso é ser bravo e valente, me desculpe, mas eu acho uma grande tolice. Serve ao interesse dos inimigos.
Você sabe que política não é um jogo individual e que mesmo posicionamentos individuais ganham significados coletivos. Ficar amplificando embaraços entre os militantes do partido e a sua vereadora interessa a quem?
Não interessa ao partido.
Não interessa ao núcleo.
Não interessa ao vereadora.
Não interessa a construção de um projeto alternativo para esta cidade!
Um grande abraço.
É isso aí Don "Kbça" Lopes!
Ainda que responder aos delírios do exógeno candidato à "lua preta" da Vereadora possa ser eventualmente necessário, não podemos permitir que este, maliciosamente, comprometa a unidade partidária, "ponto zero" de nosso projeto para a cidade.
Não podemos ser pautados pelo "PIG campista", tampouco acatar a má-fé em imputar a todo nosso grupo atos e opiniões de um militante, esparrela evitada mesmo por entrevistados do "blog de coleira".
Caros Gustavos,
Repito que respeito a posição de vcs, embora continue pensando diferente. Mas reconheço a maior experiência de vcs na vida política e a sobre a cidade.
Ao Gustavo Carvalho, digo que as informações que tenho são as que estão na mídia em geral, não tenho informações específicas sobre o que está acontecendo, falo como um cidadão comum que olha a história do meu município e a critica. Como disse, talvez vcs tenham mais informações que eu, por isso escolheram esta estratégia. Por isso talvez tenhamos estratégias diferentes, pq tenhamos informações diferentes e estamos em posições diferentes.
Assim, para mim, que não tenho poder nenhum, essas provocações são ótimas, são a chance de eu falar o que penso e debater com um inimigo que não é afeito ao debate. È a possibilidade que tenho de trazer a luz aquilo que está na sombra. E acho que é possível se aproveitar disso, sem morder erroneamente uma isca. Mas trazer o inimigo para o meu campo de batalha, que é o debate, e não lutar no dele, que é conspirações, conchavos, acordos por debaixo dos panos e etc.
O outro ponto é que acho que um partido com um histórico de fracassos, e escolhas estratégicas erradas, como é o caso do PT local nos últimos 20 anos, não pode correr o risco de se afundar mais uma vez na penumbra que sempre esteve, ora servindo de capacho de garotinho, ora servindo de capacho de Arnaldo. As provocações que vcs enxergam como uma maneira de dividir o partido, podem ser a possibilidade do partido dizer para a sociedade o que quer, de que lado está.
Eu, como um cidadão que nutro esperanças no PT, acho que tenho o direito de saber para onde vai o partido, se ele vai querer mudar a sua história ou repetir o histórico de alianças humilhantes e fracassadas. Era isso que eu queria ouvir de vcs. Que PT e que mudança vcs querem? O que fica flertanto sempre com os garotistas?
Gostaria que vcs escrevessem que partido o PT quer ser em Campos?
Um grande abraço a todos. Acho que este debate deve continuar.
Caro Brand,
Permita-me participar deste profícuo debate.
Muito compreensíveis e razoáveis seus argumentos e ponderações; muito oportunas suas provocativas questões!
Creia que elas são estimulantes para um militante que, como eu já defendi em outros momentos algumas destas alianças e chegou a compor o staff da Secretaria de Agricultura quando da gestão petista no primeiro governo Arnaldo, ainda genuinamente "garotista", rs,rs,rs...
Com a seriedade que o debate exige, devo ainda pontuar que posteriormente também fui voz quase isolada na direção partidária contra a participação no governo Mocaiber e contra a aliança com o PDT de Arnaldo, representando um grupo de militantes que compuseram chapa conosco no último PED e outros que marcharam com o companheiro Félix Manhães nesta ocasião.
Esta experiência me permite responder convicto à sua saudável provocação, e creio poder falar pelo Núcleo e pelos Gustavos: queremos um PT que lidere um projeto diferente de gestão para a cidade! Que queira disputar o poder, a hegemonia. E mais, creio que hoje o companheiro Eduardo Peixoto articula um consenso interno quase inédito neste sentido.
Mas esse consenso, a unidade partidária - algo tão novo quanto a desistência coletiva dos "atalhos" que algumas alianças representaram para a acumulação de forças no parlamento e a impressão de nossas digitais políticas em algumas áreas da gestão local - é ponto de partida para a construção de tal objetivo.
Permitir ao PIG pôr cunhas desnecessárias no recém eleito Diretório municipal e deflagrar nova fase de luta interna fratricida entre setores que independente de preferências e opiniões legítimas estão estruturalmente instalados no PT de Campos e articulados com segmentos importantes no Diretório Regional é algo contraproducente no sentido de nosso objetivo comum.
Debater com e contra o PIG campista em seus interesses obscuros sim. Mas, como disse Don Kbça, sobre permitir que este dissemine a luta interna entre nós:
"Não interessa ao partido.
Não interessa ao núcleo.
Não interessa à vereadora.
Não interessa a construção de um projeto alternativo para esta cidade!"
Grande abço, e obrigado pela oportunidade do diálogo construtivo.
Caros Gustavos e Fabio,
Acho que então chegamos a um consenso. A palavra que pedi de vcs não era necessariamente uma crítica a membros do partido. Acho que a visão de vcs de evitar um conflito interno faz muito sentido. Porém, o silêncio em relação ao PIG não faz tanto sentido. Vcs poderiam ter denunciado esta intenção do PIG que vcs descreveram aqui no debate. O silêncio de vcs favoreceu ao PIG, eles tiveram a palavra e vcs o silêncio.. Pq não atacá-lo e desmascará-lo. No post que eu escrevi em meu Blog, o primeiro que eu ataquei foi a ação do PIG, e depois, como cidadão que tem esperanças no PT demonstrei minhas dúvidas em relação ao futuro do Partido.
Era isso que eu esperava, uma resposta ao PIG. Quanto as estratégias do partido eu respeito vcs, porém vou continuar questionando a identidade de um partido que a meu ver ainda não tem nenhuma.
Dizer que tem um projeto ainda é muito pouco, td mundo diz isso.
Um grande abraço.
É isso Brand!
Sem dúvida o projeto é embrionário. A unidade partidária é pressuposto para avançar nisso, em interlocução com a sociedade civil e com outros partidos que possam se manter independentes da polarização entre as duas facções "garotistas".
Contamos com seus questionamentos e com sua participação no curso desta luta!
Só pra lembrar, há cerca de 10 dias atrás, quando da publicação de entrevista com o Presidente da Câmara no "blog do PIG", e frente a repercussão entre companheiros do partido reagi aqui à provocação gartuita e descontextualizada a nosso grupo inclusa em uma das questões. Mas, sinceramente, não creio que deva ser nossa prioridade reagir sempre a agressões gratuitas e inoportunas. Só em casos extremamente necessários.
Abraço.
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