Desenvolve-se nos coments à um post do companheiro Gustavo Lopes sobre a tradição de nossa Câmara de Vereadores interessante debate sobre o papel do PT na agenda política local.
Sendo esse um blog institucional de um núcleo de base que, majoritariamente, sufragou minha presença na CEM do DM do Partido dos trabalhadores, acho oportuno reproduzir aqui alguns dos argumentos desenvolvidos por mim naquele debate.
Minha atuação na direção municipal do PT tem sido pautada nos últimos anos por postura firme, enquanto minoria, no sentido da independência do partido frente as falsa polarização de duas oligarquias políticas de mesma origem e que reproduzem modelos de gestão muito semelhantes ao se alternarem na gestão municipal. Foi assim que me posicionei contra a participação do partido no governo Mocaiber e a aliança com o PDT nas últimas eleições, sem contudo deixar que as divergências comprometessem o respeito e a interlocução com o conjunto das forças que compõem e hegemonizam o Diretório local.
Para podermos nos apresentar como real alternativa no sentido da construção de um projeto político realmente diferente para Campos, precisamos ter como pressuposto a superação da luta interna e a construção da unidade partidária.
Louve-se o fato de que o companheiro Eduardo Peixoto, presidente do PT local, tem agido com habilidade, com gestos de boa vontade articulando um consenso interno quase inédito neste sentido.
Esse consenso - algo tão novo quanto a desistência coletiva dos "atalhos" que algumas alianças representaram para a acumulação de forças no parlamento e a impressão de nossas digitais políticas em algumas áreas da gestão local - é ponto de partida para a construção do objetivo maior aqui apresentado, que deve ainda envolver interlocução e articulação com a sociedade civil, partidos políticos que possam se manter independentes da polarização entre as duas facções "garotistas" e a população em geral.
É responsabilidade da minoria eleita pela proporcionalidade direta para a direção partidária contribuir com esse caminho.
5 comentários:
Existem conversas no Partido Verde local, sobre a possibilidade de lançamento de candidatura própria nas próximas eleições municipais. Porque não iniciar uma conversa com aquele partido, que assim como o PT de Campos tem bons quadros e boas idéias para a cidade?
Porque o Roberto Moraes, nome tão conhecido na cidade, e o Antônio Carlos Rangel, vereador que deixou saudades, não participam das decisões do partido ou são lançados candidatos pelo PT de Campos? Tenho certeza que eles podem contribuir muito para o partido e também para a cidade.
Caro Fábio, fico feliz em saber esta disposição de vcs em criar um "novo" partido que se oponha ferrenhamente ao "garotismo", se afastando de td que pertença a esse universo. Fico também feliz com a disposição de dialogar com os setores que possam dar suporte a isso.
Mas creio que isso ainda não ficou claro para a população.
Mas a esperança continua.
Um abraço.
O novo presidente do partido, sr. Eduardo Peixoto, tinha que iniciar conversas com o PC do B (Professora Odete), PV (Andral Tavares), Psol (Érick Shunck) e PPS (Sérgio Diniz), partidos que aqui em Campos tem bons quadros e juntos e articulados podem derrubar o "garotismo".
Odisséia está sendo isolada e "metralhada", de forma covarde pelos outros vereadores e pelos grupos de Arnaldo e Garotinho, que preferem polarizar a disputa.
É hora de um novo tempo, e o PT tem que começar logo a colocar em prática essa visão.
Caro Brand,
Esse é um consenso que, como salientei, começa a ser construído no PT, por iniciativa do Presidente Eduardo Peixoto e da Vereadora Odisséia - quando esta, quadro eleitoral de maior destaque no Diretório Municipal hoje, considera a hipótese de disputar a sucessão de Rosinha - após anos de tentativas de construir atalhos por meios de alianças que se revelaram ineficazes ou equivocadas e de rachas, mesmo em momentos de candidaturas próprias.
Assim, é natural que isso, ainda estando em gestação, não esteja claro para a sociedade. Não obstante, as posições públicas da Vereadora Odisséia na Câmara tem sinalizado nossa disposição para a ruptura com os métodos "garotinhistas". A ponto de causar fissuras na relação dela com a bancada de "oposição", comprometida com a gestão Mocaiber.
Um abraço.
Aos outros comentaristas:
Os companheiros Roberto Moraes e Antonio Carlos Rangel continuam filiados ao PT local e, embora não componham o Diretório Municipal, influenciam a direção partidária através de companheiros que lá os representam. Tive a honra de receber o apoio e o voto de Roberto Moraes na disputa do último PED e mantenho interlocução constante com ele, até pela responsabilidade de representar a ele, bem como a todo grupo que compôs chapa comigo, na executiva municipal. Certamente ambos companheiros podem contribuir muito para o projeto aqui em discussão e contamos com eles para isso. Quanto a ausência de candidaturas de ambos nos pleitos recentes, não tenho procuração para manifestar as razões pessoais dos companheiros. Mas certamente há relação com as funções relevantes de interesse público que ambos desempenham atualmente, respectivamente no IFF e na Petrobrás.
A interlocução com os Diretórios locais do PCdoB, PSol, PV e PPS e com os quadros destes partidos citados nos coments acima é algo desejável, que devemos discutir na direção local do PT. Contudo, as disputas eleitorais deste ano - que conflitam interesses nacionais e regionais de nossas legendas - devem manter estas conversas em estágio informal e preeliminar por enquanto. A médio prazo, defendo que estas articulações devem ser intensificadas, com vistas à 2012.
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