Em entrevista concedida ao jornal baiano A Tarde (26/03/10), o Presidente Lula dá a linha que deve ser seguida pela base governista no congresso sobre a questão do pré-sal:
"Jornal: Na sua opinião, qual seria a proposta mais justa para resolver o impasse entre os estados do Sudeste e os do Nordeste envolvidos nesta contenda?
Presidente: Eu acho que o mais justo é não permitir que a questão dos royalties atrapalhe o que é de fato essencial: a aprovação do marco regulatório do pré-sal. A proposta enviada por nós ao Congresso Nacional não tratava da divisão dos royalties porque não queríamos que ela contaminasse o debate central. De repente, começaram a brigar pelo pirão antes mesmo de pescar o peixe. Outra coisa justa é não deixar que a riqueza do pré-sal seja consumida pelas necessidades de qualquer prefeito de resolver seus gastos correntes. A riqueza do pré-sal é enorme, mas não é infinita. Por isso, temos de garantir um destino que ajude o País a se desenvolver e crie uma poupança para as gerações futuras. Estamos criando um fundo social que vai destinar a receita obtida pela União com royalties e participações especiais para educação, meio ambiente, ciência e tecnologia, cultura e saúde. O fundo será uma grande poupança, cujos rendimentos serão usados para investimentos sociais em todo o Brasil. Mas eu insisto em dizer que o mais sensato a se fazer agora é votar a essência do marco regulatório, incluindo o regime de partilha. A decisão, em última instância, cabe ao Congresso, que, eu espero e desejo, saberá encontrar a solução mais adequada. Para que o clima acirrado da disputa eleitoral não interfira numa decisão que vai valer por décadas, o ideal é decidir a questão dos royalties depois das eleições, quando as paixões estarão serenadas e haverá muito mais tranqüilidade para buscarmos a melhor saída. Uma saída que contemple as necessidades dos estados confrontantes e também beneficie o restante do Brasil, sobretudo com investimentos voltados para o futuro de todos os brasileiros."
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