A mão de Deus ao fazer o mundo foi pródiga com o nosso continente e em especial com o nosso pedaço de chão e mar. Ciente de que apagaríamos o verde das nossas florestas de jequitibás, perobas e jacarandás e toldaríamos as águas dos nosos paraibas e itabapoanas de córregos e nascentes límpídas, reduzindo as possibilidades de muitos, colocou lá nas produndezas dos nossos faróis de São Tome, na natureza sábia que a tudo transforma e não se agride, como alternativa para as nossas escaramuças e bandeiras de descobertas, o ouro negro para acalentar nosso proceder padrasto que desertificou e tornou árido e improdutivo o nosso solo goitacá.
Do nada, nos transformamos econômicamente de uma hora para outra em um riquíssimo emirado guarani. Passados períodos desastrosos como o escravagismo e o exterminio dos nossos guerreiros das matas depois nos encarregamos de expulsar nossos nativos das terras e os jogarmos nas favelas e comunidades desassistidas, o santo óleo que brotava do mar era a esperança para resgatar os açoites e sofrimentos que nossos ancestrais sofreram em seus corpos e almas.
Era tanta riqueza que até uma lei foi necessária para royaltizar a sua abundância e pagar antigas e novas agressões ao nosso sofrido meio ambiente. No entanto,o homem, seja caboclo, índio, mameluco, que é o mais importante ente nessa natureza boa e mãe, não tem sido alcançado com esse novo eldorado de riqueza farta.
E por ser muita que dava até pra ter uma professora em cada casa, um médico ao lado de cada cama e duas ocupações bem remuneradas como alternativa para a escolha de cada ser que entra no mercado laborial a sua procura.
Mas não é isso que a população vê. Ainda existem salas vazias de quem ensina e daqueles que querem aprender. Quem tem a dor e a enfermidade procura sua cama nos postos e hospitais e ali não acha muitos dos remédios para sua dor e quando encontra um leito, muitas vezes aquele é o último de sua vida desassistida a ficar pelos corresdores cheios de sofrimento e dor entrelaçada por mangueiras e macas de longa esperas. Quando não é dessa forma, muitos, principalmente os mais jovens,vítimas da violência, estocam com suas vidas as estatísticas dos óbitos produzidos pela crescente ausência de oportunidades dignas para um cidadão que encontra em atividades ilícitas uma alternativa de trabalho.
Por isso, nesse dia, aqueles que tem a responsabilidade de administrar os governos e o bem público, independente dua sua sigla partidária ou ideologia precisam, além de novos juramentos e procedimentos, devem fazer ecoar aos cantos e ventos um retumbante grito de desagravo e um pedido de desculpas ao povo de Campos.
Félix Manhães http://felixmanhaes-conversando.blogspot.com/
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