“Há no futebol momentos que são exclusivamente poéticos: trata-se dos momentos de gol. Cada gol é sempre uma invenção, uma subversão do código: cada gol é fatalidade, fulguração, espanto, irreversibilidade. Precisamente como a palavra poética. (...) O futebol que exprime mais gols é o mais poético. O drible é também essencialmente poético. De fato, o sonho de todo jogador (compartilhado por cada espectador) é partir da metade do campo, driblar os adversários e marcar. Se, dentro dos limites permitidos, é possível imaginar algo de sublime no futebol, trata-se disso. (...) Quem são os melhores dribladores do mundo e os melhores fazedores de gols? Os brasileiros. Portanto o futebol deles é um futebol de poesia e, de fato, está todo centrado no drible e no gol.”[1]
[1] Artigo escrito por Pasolini para Il Giorno em 03/01/71, ainda sob o impacto da vitória da Seleção Brasileira sobre a Itália na conquista do tricampeonato mundial no México.
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