segunda-feira, 6 de setembro de 2010

O triste ocaso de FHC: o cinismo do intelecto e o autoritarismo da vontade!



Na passagem a seguir, do último artigo de FHC ("BRASIL E A VOLTA DE MUSSOLINI!"), podemos comtemplar o misto de "rigor intelectual" e "consistência democrática" do ex-presidente:

"É isto que está em jogo nas eleições de outubro: que forma de democracia teremos, oca por dentro ou plena de conteúdo. Tudo o mais pesará menos. É inaceitável, porém, a absorção de tudo isso pela "vontade geral" encapsulada na figura do líder. Isso é qualquer coisa, menos democracia. Se o fosse, não haveria por que criticar Mussolini em seus tempos de glória, e assim por diante. É disso que se trata no Brasil de hoje: estamos decidindo se queremos correr o risco de um retrocesso democrático em nome do personalismo paternal. Uma coisa é certa: o governismo tal como está posto representa um passo atrás no caminho da institucionalização democrática. Há tempo ainda para derrotá-lo. Eleição se ganha no dia."

Face a essa concepção sui generis de Democracia surgem algumas "questões impertinentes":

1º Será que tal compromisso substantivo com a "institucionalização democrática" presidiu a concepção e a compra de votos indiscriminada pela aprovação da emenda da reeleição patrocinada por FFHH?

2º Será que o protagonismo da "'vontade geral' encapsulada na figura do líder" (a popularidade e poder de transferência de votos do Presidente Lula) poderia se sustentar sem a massiva aprovação racional ao Governo do PT e o sucesso de suas políticas públicas?

3º Como é possível não perceber o ridículo intelectual e o autoritarismo político de um modelo de democracia que cultiva a velha demofobia das elites nacionais? Democracia sem povo???

Um comentário:

douglas da mata disse...

Acrescento mais algumas "dúvidas":

1. Será que o rigor intelectual com o "paternalismo" diria o mesmo da onda de popularidade surfada no frango e no populismo cambial do plano real?

2. Afinal de contas, que tipo de canalha é esse que compara o processo de institucionalização do fascimo com a eleição de um líder operário em um país desigual como o nosso, controlado por uma elite mesquinha e por intelectuais cabeça-oca, sempre dispostos a enquadrar sua "ciência" às necessidades dos patrões?

Um abraço