sábado, 17 de abril de 2010

MST: Massacre de Eldorado e Escravidão em Campos







Massacre de Eldorado de Carajás completa 13 anos sem desfecho
Em 17 de abril de 1996 policiais militares promoveram o Massacre de Eldorado de Carajás, que ganhou repercussão internacional e deixou marca na história do país, ao lado do Massacre do Carandiru (1992) e da Chacina da Candelária (1993), como uma das ações policiais mais violentas do Brasil. Em 2002, o presidente FHC instituiu essa data como o Dia Nacional de Luta pela Reforma Agrária.
Passados 13 anos do massacre no Pará, permanecem soltos os 155 policiais que mataram 19 trabalhadores rurais, deixaram centenas de feridos e 69 mutilados. Entre os 144 incriminados, apenas dois foram condenados depois de três conturbados julgamentos: o coronel Mário Collares Pantoja e o major José Maria Pereira de Oliveira. Ambos aguardam em liberdade a análise do recurso da sentença, que está sob avaliação da ministra Laurita Vaz, do STJ (Superior Tribunal de Justiça).
Nesta semana, o MST monta dois acampamento no estado, para cobrar a condenação dos responsáveis pelo massacre e apoio às famílias sobreviventes, com encerramento das atividades no dia 17. Na Curva do S, em Eldorado de Carajás, 500 trabalhadores rurais participam das atividades do Acampamento da Juventude, desde o dia 10/4. Em Belém, 600 pessoas estão mobilizadas desde o dia 14/4.


Em Campos dos Goytacazes (RJ), camponeses reivindicam investimentos em assentamentos
Na manhã desta sexta-feira (16/4), mais de 200 famílias Sem Terra se mobilizaram em frente à prefeitura de Campos dos Goytacazes, no Norte Fluminense. As famílias, vindas de assentamentos da região, exigiram o cumprimento das políticas públicas referentes à Reforma Agrária, como escolas para o meio rural, infra-estrutura para os assentamentos, luz, transporte escolar, e compra de alimentos produzidos nos assentamentos para a merenda escolar.
Além da prefeitura, as famílias marcharam em direção à Secretaria de Educação e ainda, na AMPLA – empresa responsável pelo Projeto Luz para Todos no município, para pedir a infra-estrutura básica para as comunidades rurais, como saneamento, estradas, escolas, saúde, pautas penduradas pelos órgãos públicos há muito tempo.
À tarde, foi realizada uma Audiência Pública sobre Trabalho Escravo, na Câmara de Vereadores de Campos dos Goytacazes A audiência é uma iniciativa do Deputado Estadual Marcelo Freixo (PSOL), Presidente da Comissão de direitos Humanos da Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro (ALERJ), em conjunto com o MST, a CPT e o Comitê Popular pela Erradicação do Trabalho Escravo.
Em 2009, o estado do Rio de Janeiro foi campeão no resgate de trabalhadores em condições análogas ao escravo, alcançando o número de 715 trabalhadores, num total de 16,7% dos registros totais no Brasil – 4.274 trabalhadores.
O Grupo J. Pessoa, do tradicional usineiro José Pessoa Queiroz Bisneto, se superou no quesito reincidência em escravidão contemporânea. O flagrante ocorrido no final do ano passado no corte de cana-de-açúcar em área da Agrisul Agrícola - braço da companhia responsável pela produção rural – em Campos dos Goytacazes (RJ) foi a quarta libertação de trabalho escravo em apenas dois anos, no país.
Participaram da Audiência mais de 300 trabalhadores Sem Terra e cortadores de cana.
As atividades fizeram parte da Jornada Nacional de Lutas pela Reforma Agrária, que acontece até o final deste mês de abril, em todo o Brasil.

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