quarta-feira, 16 de junho de 2010

O escravo e o bobo da corte



Todos sabemos que a vida social campista (não confundir com coluna social campista!) é marcada por uma esfera pública fraca e incipiente. Nesse ambiente hostil ao debate de ideias e ao confronto de argumentos, só prospera o precário maniqueísmo e o faccioso posicionamento político dos codependentes do garotismo. Como na trivial codependência psicológica, tanto os usuários (adeptos) como os que combatem (opositores) são envolvidos e amesquinhados. A metáfora é imperfeita pois nossa "patologia" é mais grave e difícil "tratamento". Na vida coletiva democrática o bem comum não é construído pelo "triunfo da vontade" dos indivíduos isolados e dos grupos desesperados. Se a lógica da "correlação de forças" da política local atualiza a dialética do senhor e do escravo, devemos lembrar que mesmo a revolta mais legítima do escravo só confirma a força do senhor.

Nesse processo de degradação da cultura política local só cabem manifestações públicas como essas patrocinadas pela prefeita e seus asceclas, no qual os "métodos" de arregimentação mais bestiais se tornam banais. E um dos ingredientes viciados desse falso drama é a tentativa ridícula dos pretensos opositores que, se comportando por imitação, acabam pautados pela lógica da ação do adversário. Ou seja, o incentivo do "confronto" com os manisfestantes pró-garotinhos no evento deles é não só irresponsável (por envolver integridade física das pessoas) como igualmente patética e ridícula (para não dizer inócua, pois decidida na esfera jurídica!). Campos merece mais do que aplausos remunerados dos bobos da corte e vaias impotentes dos escravos do garotismo!

Portanto, se o desespero da gestora cassada é tamanho, nós opositores políticos não devemos nos pautar por esse desequilíbrio e açodamento. Um projeto político alternativo a tudo isso que representa o garotismo, não pode corroborar com essa medíocre concepção de participação política.

É com nosso trabalho de organização e convencimento que poderemos propor uma alternativa real e democrática ao garotismo. E uma das formas de contribuir com essa aspiração é exercitar o bom senso e o senso de ridículo que faltam aos atuais mandatários municipais.

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