Para reafirmar a própria razão de ser desse blog e a estranha obsessão que nos faz sempre tomar posição política, faço uso das palavras delirantes e geniais do dialético radical Slavoj Zizek (Bem-vindo ao deserto do Real!):
"E se somente estivermos realmente vivos se nos comprometermos com uma intensidade excessiva que nos coloca além da 'vida nua'? E se, ao nos concentrarmos na simples sobrevivência, mesmo quando é qualificada como 'uma vida boa', o que realmente perdermos for a própria vida? (...) E se, em termos de processo revolucionário, a diferença que separa a era de Lenin da de Stalin for, mais uma vez, a diferença entre vida e morte? Existe uma característica aparentemente marginal que esclarece bem a questão: a atitude básica do comunista stalinista é a de seguir a correta linha do partido contra os desvios à 'esquerda' ou à 'direita' _ isto é, seguir o seguro caminho do meio; quanto ao leninismo autêntico, em nítido contraste, só existe um único desvio, o de centro _ o de 'não correr riscos', de evitar oportunisticamente o risco de clara e excessivamente 'escolher um lado'. (...) Essa execessiva 'escolha de lados', o desequilíbrio ziguezagueante permanente, é, em última análise, a própria vida (política revolucionária) _ para um leninista, o nome definitivo da direita contra-revolucionária é o próprio 'centro', o medo de introduzir um desequilíbrio radical no edifício social. (...)
O que torna a vida 'digna de ser vivida' é o próprio excesso de vida: a consciência da existência de algo pelo que alguém se dispõe a arriscar a vida (podemos chamar esse excesso de 'liberdade', 'honra', 'dignidade', 'autonomia', etc.). Somente quando prontos para assumir esse risco estamos realmente vivos."
8 comentários:
Boa Gustavo,
abrir os trabalhos com este texto define exatamente o carater e os desafios de quem se propõe a não ficar somente vendo a "banda passar" e se expõe ao debate e a construção de uma outra realidade.
Um grande abraço a todos os grandes editores deste espaço,
Renato Gonçalves.
Pois é, meu caro Gustavo,
Estamos na área, se derrubar é penalty
Valeu Renato, contamos contigo!
Boa, xará. Concordo com sua "definição" do autor, que, além disso parece por demais romântico (o que não deixa de ser bonito) e cuja retórica verborrágica é fascinante, sobretudo quando direcionada à crítica cultural. Um abraço e boa sorte com o blog.
Douglas (pois acho que isso é contigo),
Essa forma de postar comentários está meio complicada. Sei que você pode facitá-la.
Abs.
Qual é a dificuldade, meu caro, apresente aí, e quem sabe eu possa, junto com os demais, resolver o problema.
Um abraço, e grato pela atenção.
Sinceramente, agora não sei mais. Por algum motivo a tela para a postagem de comentários estava diferente ontem.
Abs.
Certo, certo. Assim que você falou, eu percebi do que se tratava.
Também detesto a outra forma.
"Tá aí o que você queria", como diria Silvio Luis.
Postar um comentário