Faço política há mais de vinte anos. É natural e saudável que lideranças locais participem de discussões e disputas fora de sua cidade. O que não é aceitável é priorizar essas questões em detrimento do cumprimento de suas obrigações como governante.
O que um cidadão campista acha quando em meio a tantos problemas estruturais, falta atendimento adequado na rede de saúde, a educação deixa a desejar e as ruas estão tomadas por transportes clandestinos e nos jornais, rádios e blogs o destaque é para as questões internas dos partidos aliados ao grupo político que governa o município?
Na última terça-feira visitei as obras de casas populares em Guarus, função natural de uma vereadora que é fiscalizar, no entanto no Parque Santa Rosa fui impedida de entrar no canteiro de obras. É direito de qualquer cidadão obter informações precisas sobre o cronograma da obra, custo final, previsão de entrega. Cumpro meu dever de parlamentar.
Para o cidadão de Campos dos Goytacazes é mais importante saber se Fulano ou Beltrano vai ser “fritado” porque privilegiou A ou B durante sua passagem por uma secretaria ou se os postos médicos e emergências dos hospitais funcionam como deveriam?
“Fritar”, “afastar”, “pedir a cabeça”. Expressões que demonstram bem a maneira de fazer política extremamente condenável. Há que se exigir fidelidade às promessas de campanha, às necessidades do povo, e não às lideranças personalistas que tomam como feudos secretarias e empresas públicas.
É normal haver troca de equipe durante um governo, o que não pode acontecer é a máquina pública ficar refém dessas mudanças e não funcionar corretamente. Há que se gastar mais tempo trabalhando de fato e não trocando farpas em meios de comunicação, remoendo rancores e trazendo a tona discussões que podem ser significativas para os envolvidos, mas que pouco ou nada interessa a maioria absoluta da população.
A posse dos atuais governantes aconteceu em janeiro de 2009, mesmo descontando o período em que permaneceram afastados pela justiça, tiveram tempo suficiente para conhecer a máquina pública e os eventuais entraves para que funcionasse corretamente. Não há mais desculpa. Já passou da hora de começar a governar.
Postado por Blog da Odisséia
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