quinta-feira, 29 de julho de 2010

O Futuro é Mulher!



Algumas considerações sobre a falsa afirmação de que mulher não vota em mulher
No início do ano, antes das convenções partidárias (na época Ciro Gomes ainda era apontado como possível candidato) e, portanto antes do início da campanha eleitoral alguns afirmavam com base nas pesquisas eleitorais que mulher não vota em mulher. Diziam ainda que Dilma Rousseff “herdara” a rejeição das mulheres ao voto na esquerda, como teria acontecido com Lula nas primeiras vezes em que concorreu.
Usavam para reforçar as afirmações os números das pesquisas, sem levar em conta outro ponto fundamental: a diferença desses números entre os eleitores e eleitoras que de fato conheciam os candidatos que disputariam o pleito e ainda mais, quais seriam os apoios desses candidatos, 77% dos homens conheciam quem Lula apoiava,contra 64% das mulheres, uma diferença significativa.
Mesmo considerando que hoje o quadro eleitoral é diverso do que se especulava (sobre quais candidatos disputariam as eleições), já naquele momento a afirmação de que “mulher não vota em mulher” era falsa.
Entre os eleitores que conheciam os nomes dos possíveis candidatos o quadro era outro, nas pesquisas (sem Ciro) 47% dos homens votavam em Dilma e 34% em Serra e entre as mulheres 42% na candidata petista e 33% no tucano. Ao contrário do que se pode pensar esse quadro se configurava porque o voto das mulheres em Marina era maior entre as mulheres 8% que entre os homens 5%.
Os números já desmitificavam a rejeição feminina às candidatas e apontavam um caminho diverso. Hoje, com o quadro eleitoral já definido em relação a quem é de fato candidato o número de leitores que conhecem os candidatos e seus apoiadores vem aumentando, e com o começo da campanha na TV e tendência é que só aumente esse índice.
A própria dinâmica da campanha, tanto nos meios de comunicação quanto a campanha direta nas cidades, faz com que esse corte de gênero em relação à informação deva cair ainda mais além de apontar, como já ficava claro, analisando os números do começo do ano sob essa ótica do acesso à informação, que homens e mulheres vão ser mais iguais na capacidade de escolher seu candidato e pelo que as pesquisas eleitorais apontam o nome da candidata Dilma Rousseff tende a crescer ainda mais.
No Encontro Nacional de Mulheres realizado em Brasília um dia antes da Convenção Nacional do PT era visível o crescimento da atuação de mulheres em cargos de dirigentes, seja nas instâncias internas do partido, seja no parlamento e no executivo de estados, municípios e na esfera federal. O Brasil segue mudando com homens e mulheres, um país cada vez menos desigual.
Odisséia Carvalho

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